Novo centro da FFLCH estuda autoritarismos e crises

Grupo organizará seminários, workshops e convênios internacionais com instituições parceiras

Por
Rafael Dourador
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Editoria

Professor Safatle e Silvana em cerimônia de abertura do Colóquio
(Foto: Gabriela César / Serviço de Comunicação Social FFLCH USP) 

Na tarde desta terça-feira, 22 de abril, o colóquio “Nomear o problema: fascismo, conservadorismo, extrema-direita, autoritarismo” inaugurou o Centro de Estudos sobre Autoritarismos e Crises (CEAC). Com a promessa de “levantar e estabelecer uma configuração mais clara dos problemas a serem abordados por aqueles que procuram refletir sobre autoritarismos e crises contemporâneas”, o professor Vladimir Safatle, do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, fez um convite aos interessados a participarem do centro.

O Ceac foi criado pelos docentes da FFLCH, Vladimir Safatle, André Singer, Tessa Lacerda, Virgínia da Costa e Cícero de Araújo; com a professora Larissa Agostinho (Universidade Estadual Paulista de Ribeirão Preto), Christian Dunker (Instituto de Psicologia da USP) e Leda Paulani (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP). Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, endossou o comprometimento e apoio da Universidade ao Centro e aos estudos dessa temática. “A nossa arma é a arma da crítica, da pesquisa e, portanto, a arma da resistência. A USP e a FFLCH têm sempre se distinguido pelo debate aberto e democrático e pelo enfrentamento a todas as aspirações de direita e ao conservadorismo”, afirmou, em mensagem gravada aos participantes.

Representando a FFLCH, a vice-diretora, Silvana do Nascimento, também defendeu e elogiou a iniciativa do grupo que, na visão da Faculdade, chega em momento oportuno de muitos problemas sociais e pode ser somada a outras iniciativas, como o Centro de Estudos Palestinos (CePal), inaugurado no final do ano passado. “Gostaria de ressaltar a onda de perseguições a colegas justamente por colocar em pauta temas centrais para compreender os fascismos contemporâneos”, pontuou em solidariedade à Arlene Clemesha, diretora do CePal, que expôs, em entrevista, os ataques sofridos por ela na internet.

 

Silvana falando ao microfone
Evento teve transmissão simultânea no canal oficial da FFLCH no YouTube (Foto: Gabriela César / Serviço de Comunicação Social FFLCH USP) 

Mesas do Colóquio
Após a abertura e apresentação do Ceac, o colóquio continuou com mesas e debates sobre autoritarismos e crises. Cícero Araujo, Tessa Lacerda e Vladimir Safatle abriram as reflexões sobre autoritarismo brasileiro e fascismo contemporâneo, com espaço para perguntas ao final.

Em seguida, Conrado Hübner, André Singer, Renato Lessa e Leda Paulani fecharam com debates sobre a ascensão do autoritarismo no contexto político atual, traçando reflexões acerca dos últimos acontecimentos que desafiaram a democracia brasileira.

Na quarta-feira,Virginia Costa falou sobre hipóteses para nosso autoritarismo recente
e Ruy Braga apresentou formas de desafiar o ódio branco na América. Pela noite, Samir Gandesha falou sobre populismo transgressivo e afirmação de soberania em debate com Christian Dunker. E Marilena Chaui discutiu com Larissa Agostinho a violência institucionalizada e a luta democrática.