Grupo organizará seminários, workshops e convênios internacionais com instituições parceiras
Na tarde desta terça-feira, 22 de abril, o colóquio “Nomear o problema: fascismo, conservadorismo, extrema-direita, autoritarismo” inaugurou o Centro de Estudos sobre Autoritarismos e Crises (CEAC). Com a promessa de “levantar e estabelecer uma configuração mais clara dos problemas a serem abordados por aqueles que procuram refletir sobre autoritarismos e crises contemporâneas”, o professor Vladimir Safatle, do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, fez um convite aos interessados a participarem do centro.
O Ceac foi criado pelos docentes da FFLCH, Vladimir Safatle, André Singer, Tessa Lacerda, Virgínia da Costa e Cícero de Araújo; com a professora Larissa Agostinho (Universidade Estadual Paulista de Ribeirão Preto), Christian Dunker (Instituto de Psicologia da USP) e Leda Paulani (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP). Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, endossou o comprometimento e apoio da Universidade ao Centro e aos estudos dessa temática. “A nossa arma é a arma da crítica, da pesquisa e, portanto, a arma da resistência. A USP e a FFLCH têm sempre se distinguido pelo debate aberto e democrático e pelo enfrentamento a todas as aspirações de direita e ao conservadorismo”, afirmou, em mensagem gravada aos participantes.
Representando a FFLCH, a vice-diretora, Silvana do Nascimento, também defendeu e elogiou a iniciativa do grupo que, na visão da Faculdade, chega em momento oportuno de muitos problemas sociais e pode ser somada a outras iniciativas, como o Centro de Estudos Palestinos (CePal), inaugurado no final do ano passado. “Gostaria de ressaltar a onda de perseguições a colegas justamente por colocar em pauta temas centrais para compreender os fascismos contemporâneos”, pontuou em solidariedade à Arlene Clemesha, diretora do CePal, que expôs, em entrevista, os ataques sofridos por ela na internet.
Mesas do Colóquio
Após a abertura e apresentação do Ceac, o colóquio continuou com mesas e debates sobre autoritarismos e crises. Cícero Araujo, Tessa Lacerda e Vladimir Safatle abriram as reflexões sobre autoritarismo brasileiro e fascismo contemporâneo, com espaço para perguntas ao final.
Em seguida, Conrado Hübner, André Singer, Renato Lessa e Leda Paulani fecharam com debates sobre a ascensão do autoritarismo no contexto político atual, traçando reflexões acerca dos últimos acontecimentos que desafiaram a democracia brasileira.
Na quarta-feira,Virginia Costa falou sobre hipóteses para nosso autoritarismo recente
e Ruy Braga apresentou formas de desafiar o ódio branco na América. Pela noite, Samir Gandesha falou sobre populismo transgressivo e afirmação de soberania em debate com Christian Dunker. E Marilena Chaui discutiu com Larissa Agostinho a violência institucionalizada e a luta democrática.