O burguês internacional falhado em dois movimentos: O mandarim e A relíquia
Publicados nos anos 1880, as narrativas O mandarim e A relíquia parecem corresponder a exercícios de experimentação literária realizados sob o influxo de um momento de questionamento estético de Eça de Queirós (não por outro motivo chamado de a Crise de 1880). Aceita essa premissa, que tal pensarmos os dois livros como um díptico, uma obra em duas partes que, por um lado, mantêm certa autonomia, por outro, só podem ser plenamente compreendidas no jogo dialético com o todo. Assim, apresentaremos a síntese de nossa pesquisa acerca do funcionamento literário dessa(s) obra(s) sob esta perspectiva, em que a fricção entre as duas ficções faz surgir a figura sui generis do burguês internacional falhado.
José Carlos Siqueira é professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, sendo vice-coordenador do Curso de Letras desta instituição. Possui pós-doutorado Estudos Comparados de Literaturas de Língua
Portuguesa, doutorado em Literatura Portuguesa e mestrado em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, todos os títulos pela FFLCH-USP. Realizou seu bacharelado em Linguística pela mesma universidade. Publicou em coautoria os livros: Cultura e Memória na Literatura Portuguesa (2009), Literatura Brasileira Contemporânea (2009), Literatura Portuguesa (2008), todos pelo IESDE Brasil, Curitiba. É membro fundador do Grupo Eça, grupo de pesquisa credenciado pelo CNPq e dedicado ao estudo da obra de Eça de Queirós.
Organizadores: Pesquisadores do Grupo Eça http://ge.fflch.usp.br/
