Lançamento do livro “Olhares de Liberdade
CIP - Espaço de resistência e memória”
Livro destaca momentos históricos vivenciados pela comunidade dos
judeus refugiados do nazifascismo radicados em São Paulo
A Congregação Israelita Paulista (CIP) realiza no dia 05 de dezembro,
quarta-feira, às 19h, na CIP (Rua Antonio Carlos, 653) , o lançamento
do livro “Olhares de Liberdade. CIP - Espaço de resistência e
memória”, de autoria da historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, e
que também inclui textos dos três rabinos da Congregação: Fernanda
Tomchinsky-Galanternik, Michel Schlesinger e Ruben Sternschein.
O lançamento contará com bate-papo com os autores, participação
musical da cantora Sheila Negro e do Maestro Natan Bádue, dos
chazanim Avi Bursztein e Alê Edelstein, sessão de autógrafos e
o acendimento da quarta vela de Chanucá, além da distribuição de
um livro por associado da CIP.
“OIhares de Liberdade” é dedicado ao reconhecimento da Congregação
Israelita Paulista – CIP como um lugar de resistência e memória. Hoje,
com 82 anos de existência desde a sua fundação em 1936, a CIP é distinta
pelo seu patrimônio arquitetônico, religioso e cultural.
As histórias de vidas publicadas, algumas no formato de testemunhos,
foram registradas pela equipe do Núcleo de Estudos Arqshoah do
Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação –
LEER/USP.
“Este “Livro-Memorial” reúne histórias de vida com o intuito de não
deixar esquecer o passado e as ações humanitárias dos fundadores da
CIP, na sua maioria refugiados alemães do nazifascismo radicados em
São Paulo, reunindo elementos importantes para a reconstituição das
tradições judaicas, dos saberes, da cultura e das lutas pela (co)existência
do povo judeu na Diáspora”, declara Maria Luiza Tucci Carneiro .
“Ao reconstituirmos as suas trajetórias históricas e as suas experiências
junto ao espaço da CIP, procuramos demonstrar a capacidade que o ser
humano tem de reabilitar a liberdade e a vida. Através do livro “OIhares
de Liberdade” , a CIP reafirma os seus princípios de permanente defesa
de uma sociedade democrática e igualitária que é “inegociável”, como
afirma Marcos Lederman, presidente da CIP, na abertura do livro.
"A repetição da narrativa do Êxodo bíblico se transformou na
oportunidade de resgatar a sensação de que um dia fomos refugiados.
Talvez ainda exista uma parte de nós que permanecerá estrangeira para
sempre. Esta percepção é importante para que haja a renovação constante
de nosso compromisso com a liberdade. Ainda existem homens e
mulheres, no século 21, que não atravessaram o Mar Vermelho. Esta obra
de resgate das histórias de homens e mulheres que tiveram sua esperança
na humanidade renovada, graças ao trabalho de acolhimento da
Congregação Israelita Paulista, tem por objetivo nos alertar de que a
travessia ainda não está completa", destaca o rabino Michel Schlesinger.
Para o rabino Ruben Sternschein, "no pensamento judaico a liberdade é
um imperativo, um dever, uma imposição. Ainda que sempre relativa, a
liberdade é obrigatória para poder dar algum sentido e fazer alguma
diferença dando conta de que valemos a pena. A primeira das liberdades é
escolher viver . As seguintes, escolher como viver e quem ser. É o que
teorizaram as escrituras e realizaram os sobreviventes que fundaram a
CIP".
“Estamos atentos ao momento histórico global e nos preocupa
assustadoramente a emergência de movimentos que pregam ou que têm
como consequência o cerceamento da liberdade individual. Consideramos
ser nosso dever combater essa tendência por meio da educação, do
diálogo e do acolhimento”, complementa o presidente da CIP.