Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social apresenta aula inaugural com Kabengele Munanga

Ao lado de Laura Moutinho, coordenadora do programa, o Professor Emérito falou sobre as relações entre antropologia e militância intelectual negra

Por
Gabriela Ferrari Toquetti
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Editoria

No centro, Kabengele Munanga sendo recepcionado pelos mediadores [Foto: Lívia Lemos/Comunicação Social da FFLCH]

Na última quarta-feira, 13 de setembro, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP apresentou a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS-USP), com o Professor Emérito Kabengele Munanga. O evento também contou com a participação de Laura Moutinho, coordenadora do PPGAS-USP.

Kabengele, que é professor do Departamento de Antropologia e do PPGAS-USP e foi diretor do Centro de Estudos Africanos (CEA-USP), falou sobre as relações entre antropologia e militância intelectual negra. Laura Moutinho afirma que “como intelectual público, o professor foi central para o processo de reconhecimento da existência do racismo na sociedade brasileira e, especialmente, de suas ações perversas sobre acesso à cidadania, a bens, ao consumo e à educação, além dos comprometimentos relacionados à saúde mental”.

Mais de 60 pessoas preencheram as cadeiras para assistir à aula inaugural [Foto: Lívia Lemos/Comunicação Social]

Em seu discurso, o Professor Emérito fez reflexões sobre sua experiência de mais de 40 anos de pesquisa e militância. Ele conta que, quando chegou à USP, em 1975, a antropologia era feita principalmente por estudiosos brancos: “Antropólogos brancos estudavam e falavam dos negros na ausência destes últimos”. Kabengele, portanto, transformou o estudo da antropologia no Brasil, tornando-se o primeiro professor negro da USP.