Conferência: Igualdade Burguesa - como ideias, não capital ou instituições enriqueceram o mundo

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Descrição

Evento: Igualdade Burguesa

O Programa de Pós-Graduação em História Econômica convida para a conferência "Igualdade Burguesa: como ideias, não capital ou instituições enriqueceram o mundo", que será proferida pela professora Deirdre McCloskey, nesta quinta-feira, 9 de novembro de 2017, no Auditório da Geografia.

Mediação: Prof. Daniel Strum  - Departamento de História FFLCH USP

QUI | 09.11.2017 | das 14 às 15h30

McCloskey é professora emérita de economia, história, inglês e comunicações da Universidade de Illinois em Chicago.

Criticando tanto marxistas como institucionalistas, a economista e historiadora Deirdre McCloskey defende que o dramático desenvolvimento económico experimentado pela humanidade desde 1800 não se deveu à acumulação de capital ou adoção de instituições que promovessem eficiência, mas sim a ideias que se difundiram. 

Em seu livro, a Igualdade Burguesa, McCloskey alega que as humanidades em geral e a história das ideias em particular são críticos para se poder construir uma história econômica. Teriam sido as ideais de liberdades iguais e dignidade para as pessoas comuns, contidas nas Virtudes Burguesas, a principal causa desse enriquecimento. 


Sobre a autora:
 
McCloskey fez sua graduação e pós-graduação em economia em Harvard. Seu trabalho em Chicago foi marcado pro sua contribuição à Revolução da Cliometria na história econômica e ensinando gerações de economistas de destaque a Teoria do Valor de Chicago.

Sua principal contribuição foi sobre a história econômica britânica, a quantificação na pesquisa histórica (cliometria), e a retórica da economia, metodologia econômica, ética das virtudes, economia feminista e economia heterodoxa. 

McCloskey é uma mulher trans. Casada por 30 anos e com dois filhos, fez a transição em 1995, com 53 anos. Define-se como “uma mulher literária, quantitativista, pós-moderna, pró-livre-mercado, progressiva, episcopal, do Meio-Oeste mas de Boston, que uma vez foi um homem. Não uma ‘conservadora’! Sou uma cristã libertária”.

Sinopse do livro:
(traduzido do site da Universiy of Chicago Press)

Há poucas dúvidas que a maioria dos humanos hoje vive melhor que seus antepassados. Surpreendentemente é isso que defende a economista e historiadora Deirdre McCloskey no último volume de sua trilogia, louvando as comumente desdenhadas virtudes burguesas. Os mais pobres da humanidade, mostra McCloskey, logo se juntarão às riquezas do Japão, Suécia e Botswana.

Por quê? A maioria dos economistas – de Adam Smith e Karl Marx a Thomas Piketty – dizem que o “Grande Enriquecimento” (como ela chama) desde 1800 resulta da acumulação de capital. McCloskey discorda, ferozmente. “Nossas riquezas,” alega ela, “não foram construídas empilhando tijolo sobre tijolo, balanço bancário sobre balanço bancário, mas empilhando ideia sobre ideia.” Capital era necessário, mas assim também era a presença do oxigénio. Eram ideias, não matéria, que impulsionaram o “melhoramento certificado profissionalmente.” Também não foram as instituições o motor. A ortodoxia do Banco Mundial de “adicione instituições e bata [a massa]” também não funciona, nem funcionou. 

McCloskey constrói um potente argumento sobre a precedência das ideias – ideias para motores elétricos e eleições livres, claro – porém mais profundamente as ideias, bizarras e liberais, de liberdades iguais e dignidade para as pessoas comuns. O liberalismo emergiu das revoluções teológicas e políticas do noroeste da Europa, produzindo um respeito único pelo “melhoramento” e seus praticantes, e invertendo as antigas hierarquias. A população comum – não nobre – tentou a sorte, e a burguesia abraçou o “Bourgeois Deal”, e todos enriquecemos.

Poucos economistas ou historiadores escrevem como – sua habilidade em investir em fatos da histórica econômica com a urgência de um romance, ou um caso jurídico de destaque, é imbatível. Ela resume a economia moderna e a história econômica moderna com verve e lucidez, porém consegue enxergar através delas e chegar às conclusões científicas de real grande impacto. Não matéria, mas ideias. Poucos grandes livros conseguem ser mais ambiciosos ou cativantes que a Bourgeois Equality.