Maria Célia Lima-Hernandes atuará como representação brasileira dos países de língua portuguesa na gestão da nova direção. Nesta Associação, ela foi segunda secretária na gestão de 2010-2014 e primeira secretária de 2015-2019
Matéria atualizada em 10/11/2021, às 14h13
A nova gestão da Associação Internacional de Linguística do Português (AILP) tomou posse no dia 20 de outubro, em cerimônia virtual, tendo como uma das integrantes a professora Maria Célia Lima-Hernandes, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (DLCV) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, no cargo de vice-presidente, e a professora Maria João Marçalo, da Universidade de Évora, Portugal, como presidente.
As eleições para a 7ª Direção da AILP foram realizadas nos dias 28 e 29 de setembro, de forma virtual. O pleito teve chapa única. A nova gestão irá presidir a AILP no período de 2021-2024 – clique aqui para conferir os nomes e as instituições dos 21 membros que compõem a nova direção.
No Programa de Gestão proposto na ocasião da candidatura foram apresentados três eixos norteadores das atividades: Passado, Presente e Futuro, ou Raízes, Vida e Crescimento.
No primeiro eixo, serão desenvolvidas atividades como homenagens, relacionadas à memória sobre a Associação e seus membros. No segundo, serão organizados eventos, como o congresso em 2022 (presencial ou on-line); e, no último eixo, serão realizadas as comemorações dos 25 anos da Associação, entre setembro de 2023 e setembro de 2024; publicações AILP e o fortalecimento de laços com Associações de Linguística.
AILP
A AILP começou a ser gestada em 1998 pelo esforço conjunto da Associação Brasileira de Linguística e da Associação Portuguesa de Linguística e está legalmente registrada desde 10 de setembro de 1999.
A associação é composta por uma rede de mais de 150 pesquisadores da África, Américas, Ásia, Europa e Oceania. A administração da AILP é composta de cinco corpos gerentes: (a) direção; (b) conselho consultivo; (c) assembleia geral; (d) conselho fiscal; e (e) delegados.
Os objetivos da Associação são:
a)promover a investigação em linguística do Português, nas suas variedades europeia, brasileira, africanas e outras;
b)organizar reuniões científicas para divulgação dos resultados dessa investigação;
c)divulgar os resultados da investigação sobre o Português, sob forma de publicações (actas, coleções editoriais, etc);
d)intervir em prol da qualidade do ensino da linguística e da língua portuguesas;
e)assessorar organismos governamentais e associações de reconhecido mérito que se ocupem do ensino do Português como língua materna, língua segunda ou língua estrangeira, através de uma Comissão constituída para o efeito, com mandato por um triênio;
f)fomentar as relações científicas com outras associações de linguistas, nomeadamente dos países que estão representados na AILP através de associados; g) contribuir para a difusão do Português no mundo e da sua cultura.
Carreira
A professora tem graduação pela Universidade São Judas Tadeu (USJT) (Letras-Francês) e pela Faculdade de Educação e Cultura do ABC (Letras-Inglês). É especialista em Gramática pela USJT, tem mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela USP e em Neurociências pela Universidad Europea Miguel de Cervantes, Espanha. Tem doutorado em Linguística Teórica (Linguística Histórica, com qualificações em Linguística Antropológica e Sociolinguística), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado na Universidade de Macau, China.
"Cada frente de atuação na FFLCH é um ponto de conexão com minhas atuais funções na AILP", comentou Maria Célia, que na AILP já foi segunda secretária na gestão de 2010-2014 e primeira secretária de 2015-2019.
Ela é professora titular desde 2020 e desenvolve pesquisas no campo geral da Linguística cognitiva, nas quais prioriza objetos que permitam avançar na interface Linguagem e Cognição. E atua na delineação de paisagens linguísticas de superdiversidade em que complexidades linguísticas podem ser descortinadas em seus processos de usos e mudanças e em seus processos atencionais voltados para as respostas inferenciais da leitura em língua materna e em língua adicional.
Junto ao CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], a professora tem uma bolsa de produtividade em pesquisa dedicada à investigação da língua-cultura portuguesa na China.
É líder do grupo de pesquisa Linguagem e Cognição (LinC-USP), com produção destacada no estudo das relações entre usos linguísticos e processos cognitivos, com aproximadamente 20 pesquisadores, todos engajados nas pesquisas que relacionam linguagem e língua em processos de aquisição e perda, além de atuar em dois grupos de pesquisa fora da USP: uma equipe interdisciplinar em que físicos do Instituto de Física (IF-USP), médicos oftalmologistas (Instituto Braille) e psicólogos do Instituto de Psicologia (IP-USP) e (Laramara) desenvolvem procedimentos metodológicos para estudo da leitura por cegos.
Entre os temas pioneiramente estudados pelo Grupo LinC estão: Línguas de Herança, Línguas de Raiz, Processos de mudança em línguas maternas, Processos inferenciais na fluência de leitura em Língua Materna.
Também é pesquisadora do Grupo Porus, Núcleo de Estudos Linguísticos do Português em Uso, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Até 2017, foi pesquisadora principal do Projeto Temático FAPESP "História do Português Paulista" no subprojeto História do português paulistano (2006-2015), com produção relevante na área. Na área administrativa da FFLCH, Maria Célia coordena a área de língua portuguesa no Centro Interdepartamental de Línguas CIL - FFLCH-USP.
Ela é membro do Grupo de Pesquisa multinacional "LP no Mundo", associada da Linguistic Society of America, da Associação Brasileira de Linguística, da American Organization of Teachers of Portuguese. E foi professora visitante na Universidad de la Republica, Uruguai; na Universidade de Estudos Estrangeiros de Sichuan, China, e na Universitè de Lille, França.
