Cátedra Martius apresenta e avalia atividades realizadas

Durante reunião na diretoria da FFLCH, destacou-se o aumento de parcerias com a Alemanha e a necessidade de ampliar as áreas de atuação de pesquisa também

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Eliete Viana
Data de Publicação

 

 

reunião da Cátedra Martius
(Em sentido horário) O presidente da CCInt, Vladimir Safatle; a coordenadora da Cátedra Martius, Brigitte Weiffen; a diretora do DAAD, Martina Schulze; a diretora da FFLCH Maria Arminda do Nascimento Arruda; os professores do Departamento de Ciência Política Marta Teresa da Silva Arretche, João Paulo Candia Veiga e Bruno Wilhelm Speck; e a chefe de Serviço da CCInt, Vivian Pamella Viviani de Castro - Foto: Fábio Nakamura / STI-FFLCH  



Na tarde do dia 15 de agosto, foi realizada uma reunião da Cátedra Martius de Estudos Alemães e Europeus, na diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. O objetivo foi apresentar o relatório de atividades, do período de agosto de 2015 a julho deste ano, fazer uma avaliação a respeito e também pensar nos critérios do edital que irá selecionar a nova coordenação da Cátedra, que tomará posse a partir de agosto de 2020.

Participaram da conversa, a coordenadora da Cátedra, Brigitte Weiffen; a diretora do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD, na sigla em alemão), Martina Schulze; e, pela FFLCH: a diretora Maria Arminda do Nascimento Arruda; o presidente da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt), Vladimir Pinheiro Safatle; os professores do Departamento de Ciência Política (DCP) Bruno Wilhelm Speck, Marta Teresa da Silva Arretche e João Paulo Candia Veiga – que ocupa a chefia deste Departamento; e a chefe de Serviço da CCInt, Vivian Pamella Viviani de Castro. Também participou da reunião, a diretora do Instituto de Relações Internacionais (IRI), Janina Onuki, que atua na pós-graduação do DCP.

Durante os quatro anos em que está à frente da Cátedra, Brigitte organizou eventos com participação de convidados estrangeiros: quatro edições das jornadas europeias, sete seminários; 13 atividades visando alunos e jovens pesquisadores; 16 palestras em seminários do Programa de Pós-Graduação de Ciência Política da FFLCH; quatro palestras no IRI; quatro na Faculdade de Direito; e três em locais fora da USP. 

Na docência, Brigitte ministrou sete disciplinas na graduação e pós-graduação da Faculdade, sendo duas delas no IRI. E, atualmente, orienta cinco alunos na pós-graduação, sendo quatro no mestrado e um no doutorado.

“As atividades de Brigitte [junto à Cátedra] acaba divulgando à USP também”, ressaltou Martina, diretora do DAAD. “A professora tem atuação importante e constante na pós-graduação, através do oferecimento de disciplinas”, comentou a professora Marta.

“Para mim, foi uma boa experiência coordenar uma área. Aqui, diferente da Alemanha, é menos hierárquico. Os pesquisadores com menos experiência também são valorizados”, relatou a coordenadora da Cátedra. Entre o que poderia ser aperfeiçoado, Brigitte apontou a localização física do escritório da Cátedra, situado na Casa de Cultura Japonesa da FFLCH – um dos seis prédios da Unidade. Porque, o local fica um pouco afastado dos prédios didáticos e deixa a Cátedra mais longe das atividades em geral.

A diretora do DAAD comentou que fica muito feliz por perceber que a Cátedra está cada vez mais integrada à Faculdade e à USP, não sendo uma questão só do interesse do órgão alemão. 
 

bandeira da Alemanha



Relações com a Alemanha

“A Faculdade acha importante o trabalho desenvolvido pela Cátedra e fará o que ela puder para a continuação de suas atividades. Vamos fazer este esforço! A Faculdade espera que as atividades [da Cátedra] cresçam, que possam ser ampliadas e dê visibilidade à Faculdade também”, destacou a diretora Maria Arminda, comentando que o novo espaço da Cátedra pode ser no prédio de Ciências Sociais e Filosofia, após ele ser reformado.

A satisfação com as atividades foi corroborada pelo presidente da CCInt. “A CCInt está muito satisfeita com a Cátedra, com o seu funcionamento e a visibilidade nas relações entre Brasil e Alemanha”, disse Safatle. Mas, ele sugeriu a ampliação das áreas de pesquisa para além da Ciência Política e Letras, para incluir a Filosofia e outras áreas.

Em resposta, a diretora do DAAD questionou qual seria uma área de interesse geral da Faculdade e Safatle respondeu que são diversas, visto que a FFLCH possui quase 600 docentes, entre ativos, seniores, visitantes e temporários, e citou que, para compreender esta dimensão, a CCInt organizou uma página em inglês com a relação das pesquisas desenvolvidas: http://www.research.fflch.usp.br/

Maria Arminda também comentou que tem percebido um crescimento de parcerias de docentes da Faculdade com pesquisadores da Alemanha. O chefe do DCP complementou esta percepção dizendo que “25% dos professores do seu Departamento têm parceria com pesquisadores de universidades alemãs. E isso foi facilitado pela atuação da Cátedra Martius”, declarou.

No âmbito do intercâmbio de alunos, o presidente da CCInt citou que a Alemanha é o terceiro país para o qual mais se envia estudantes da FFLCH para estudar e também é o terceiro lugar do qual mais se recebe alunos estrangeiros na Faculdade. Os alunos enviados e recebidos deste país representam quase 10% do total de alunos em geral, em ambas as categorias.

Sucessão 

Como Brigitte ficará na coordenação até o final de julho de 2020, data do término do convênio firmado entre a FFLCH e o DAAD – que instituiu a Cátedra no âmbito da Faculdade, em 2015 –, o processo de sucessão também foi debatido, pois o período para iniciar o processo de chamada da nova coordenação é a partir de setembro. 

Tanto Martina quanto Brigitte acreditam que, devido ao período de cinco anos estabelecido pelo convênio, é mais fácil atrair um pesquisador docente em início de carreira para ser coordenador da Cátedra, porque “os professores com mais tempo de carreira e com vínculos mais duradouros na Alemanha só vêm para cá se forem desenvolver pesquisas diretamente relacionadas às suas”, comenta a coordenadora da Cátedra.

Para amenizar esta questão, a professora Marta lembrou que podem tentar financiamento junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pois o órgão de fomento “é favorável a financiar projetos de pesquisa que reforçam as parcerias e as relações internacionais, como é o caso da atuação da Cátedra”. 

Independente do apoio externo, os professores presentes ressaltaram a vontade de receberem o edital de chamada para seleção da nova coordenação da Cátedra, assim que estiver pronto, para que possam divulgar nas redes de parcerias deles.

E, na avaliação da diretora do DAAD, a organização e realização das jornadas europeias devem continuar, assim como ela concorda em ampliar as áreas de interesse de pesquisa, pois “articular temas para várias disciplinas é o que destaca esta Cátedra”, frisou Martina. “[Hoje], avaliamos as questões de estrutura física e institucional. Podemos discutir em outra oportunidade a qualidade da pesquisa feita. Estou muito feliz com os resultados de hoje”, ressaltou.

Para finalizar, foi pré-agendada uma reunião para o dia 24 de setembro, com o intuito de aprofundar outras questões sobre a Cátedra.

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Histórico   

A Cátedra Martius de Estudos Alemães e Europeus foi criada na USP em parceria com o DAAD para promover estudos relacionados à Alemanha e à União Europeia. Selecionado pelo DAAD e aprovado pela USP, seu professor coordenador está à disposição para orientar estudos e pesquisas na área, bem como informar e aconselhar alunos e pesquisadores (principalmente no campo das ciências sociais) sobre estudos na Alemanha, programas de bolsa e cooperação em pesquisas.

A Cátedra teve início em 2001, quando o climatógrafo e professor alemão Dieter Anhuf firmou uma parceria entre o DAAD e o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP para o desenvolvimento de atividades ligadas à ecologia e para promover o intercâmbio entre Brasil e Alemanha. Por isso, o nome é uma homenagem ao médico e botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868). 

Com o passar do tempo, DAAD e USP resolveram redefinir a temática da Cátedra, que continuou com o mesmo nome. Mas, desde 2015, passou a ser vinculada à FFLCH e tem, a cada troca de titular, um professor das ciências humanas ou sociais. 

A atual coordenadora da Cátedra, Brigitte Weiffen, tem formação em Ciência política, Sociologia e Literatura espanhola e hispano-americana. Possui mestrado pela Universidade de Bonn e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Tübingen. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em temas na interseção de relações internacionais e política comparada. Seus interesses de pesquisa incluem o regionalismo comparativo, as organizações regionais e segurança regional, a democratização comparativa, direitos humanos e justiça de transição.