Autor mostra que a lei de cotas inclui democraticamente estudante de escola pública, negros, indígenas e pessoas com deficiência no ensino superior
O livro Pés descalços: a Lei de Cotas veio para ficar, volumes 1 e 2 (Appris Editora) será lançado na Bienal do Livro, no dia 14 de setembro, às 11 horas, stand B87 (em frente ao stand da Secretaria Municipal da Educação), Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana - São Paulo.
A obra nasceu da tese de doutorado de Sérgio José Custódio, em 2022, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, na qual o autor analisa os feitos e vitórias dos movimentos sociais que lutaram, desde os cursinhos populares até o parlamento brasileiro, para a conquista do PROUNI e da Lei de Cotas, que é a reinvenção da universidade e do sistema de educação brasileiro, pois inscrevem-se na encruzilhada de saberes e devires das ancestralidades negras e indígenas que transformam as estruturas do pensamento.
No embate político, aqueles que condenam as cotas que visam favorecer a integração dos negros, dos povos indígenas, da escola pública, na maioria das vezes, se valem de argumentos que contribuem para manter o status quo. A obra retrata esse duro embate entre as coalizões até a aprovação da Lei de Cotas e pede passagem com a história real vitoriosa da coalizão dos pés descalços no parlamento do Brasil. Na Amazônia, no Nordeste, no Centro-Oeste, no Sul, no Sudeste, em todo lugar, vale a pena ser lida, porque a história e a luta continuam vivas em nossas mãos.
A mentalidade do colono, mercenário, dono de escravos e explorador está enraizada na cabeça de muitos brasileiros, muitos deles não só donos de terras, mas governadores, prefeitos, empresários etc.
A Lei de Cotas e as leis que instituíram e consolidaram o PROUNI tem uma história comum, e nela está Sérgio José Custódio, como líder do Movimento dos Sem Universidade. Nessa história, Custódio teve um papel fundamental como organizador de um movimento inédito, na história da luta pelo acesso ao ensino superior daquelas camadas mais pobres da população, para quais as elites do país, sempre vigilantes em promover seus preconceitos de “raça” e de classe, destilavam as repulsas do seu cientificismo neopositivista: os pobres, na sua maioria negros, se entrassem nas universidades das elites, iriam “baixar o nível da academia”.
O autor, Sérgio José Custódio, foi o fundador do Cursinho Popular do DCE Unicamp, relator do Grupo de Trabalho Sobre a Questão Universitária em São Paulo, atuou na criação do sistema público de bolsas de estudos em instituições privadas (Prouni) e na aprovação da Lei de Cotas no Congresso Nacional do Brasil. Foi membro titular da Comissão de Acompanhamento e Controle Social do Prouni no Ministério da Educação. É membro do Grupo de Estudos e Pesquisas das Políticas Públicas para a Inclusão Social (GEPPIS-USP).
O livro poderá ser adquirido no site da Editora Appris: volume 1 e volume 2.
Com informações da Editora Appris