Segundo o tradicionalista malinês Amadou Hampâté Bâ, a tradição oral é tudo, é o conhecimento total, é a grande escola da vida e nela o aspecto material não se separa do aspecto espiritual. E assim é no Timor-Leste, um manancial de tradições orais, de que destacamos os contos, lendas, mitos, fábulas, adivinhas e provérbios que singularizam sua cultura e marcam a memória de seu povo. O grupo timorense de contadoras de histórias Haktuir Knanoik (contar histórias, em língua tétum), criado no Departamento de Língua Portuguesa da UNTL - Universidade Nacional Timor Lorosa’e (a terra onde o sol nasce primeiro, em língua tétum), dedica-se à pesquisa das tradições orais e à recolha, preservação e difusão das narrativas. Pela primeira vez o grupo se apresenta no Brasil e honra a comunidade acadêmica da Universidade de São Paulo com a apresentação de duas de suas representantes. Olga Vicenta Freitas Boavida, licenciada em Ensino da Língua Portuguesa pela Universidade Nacional Timor Lorosa’e e mestranda na mesma universidade, é presidenta da Associação Haktuir Aiknanoik e coordena diversos projetos para crianças, jovens e adultos, relacionados à narração de histórias nas línguas oficiais de seu país, tétum e português. Natalícia Magno, mestre no Ensino de Português no Contexto do Timor-Leste, professora convidada da UNTL no âmbito do Projeto Foco, desenvolve pesquisas das tradições orais timorenses.
Este evento é organizado e realizado pelo Grupos de Pesquisas Produções Literárias e Culturais para Crianças e Jovens (CNPq/USP) e Timor-Leste: Literatura, Política e Sociedade (CELP/USP), e conta com o apoio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e do CELP – Centro de Estudos das Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa.