O aborto na História: corpo, política e subjetividades

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flh@usp.br
Telefone
(11) 5929-1026
Docente responsável pelo evento
Marcela Boni Evangelista
Local do evento
Edifício Eurípedes Simões de Paula (Geografia e História) - Av. Prof. Lineu Prestes, 338 - Cidade Universitária - São Paulo-SP
Auditório / Sala / Outro local
Auditório Fernand Braudel
O evento será gratuito ou pago?
Evento gratuito
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Com inscrição prévia
Haverá emissão de certificado?
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Haverá participação de docente(s) estrangeiro(s)?
Não
Descrição

Tendo em vista que o tema do aborto é ainda discutido de forma incipiente pela historiografia, a despeito de sua relevância social tanto em tempos pretéritos quanto na contemporaneidade, propomos a realização de uma aula aberta, cujo objetivo é abordar o assunto por meio de pesquisas e trabalhos cientificamente concebidos e que possam fomentar uma discussão esclarecida sobre perspectivas que abordam a questão.

O aborto em perspectiva histórica:
Tendo como mote o livro de Giulia Galeotti “História do aborto”, pretende-se apresentar as três etapas sugeridas pela autora para estabelecer uma possível história do aborto. A partir de tal periodização, nos embasaremos em obras e leituras complementares que auxiliam na abordagem do tema.

Primeira etapa (até o século XVIII):
Tomaremos como base o livro “Calibã e a bruxa”, de Silvia Federici, que discute a passagem da Idade Média para a Moderna, enfatizando a chamada caça às bruxas entre os séculos XV e XVII, quando as mulheres teriam sido alvo privilegiado de perseguição em função dos chamados “crimes reprodutivos”, em que o aborto aparece como central.

Segunda etapa (do século XVIII à segunda metade do século XX):
Para esta etapa nos basearemos no livro “Um amor conquistado: o mito do amor materno”, de Elizabeth Badinter, que discute as mudanças nas concepções sobre a maternidade, além das transformações no que se refere ao apagamento do papel exercido pelas mulheres na contracepção, gestação, parto e aborto, que passam a ser medicalizados e conduzidos preferencialmente por homens.

Terceira etapa (segunda metade do século XX):
Período marcado pela proliferação de movimentos feministas de “segunda onda”, em que assuntos de ordem íntima se tornam motivos de ação política. O aborto surge como urgência nas novas agendas dos movimentos. Tomaremos como suporte textos de Amelinha Teles (sobre a imprensa feminista) entre outros.

Propomos uma quarta ou nova etapa, que se pauta nas últimas décadas: abordaremos as relações entre a política e o aborto, tendo como base publicações atuais, tais como as de Flávia Birolli e Débora Diniz, cujos trabalhos se voltam para as complexas relações entre as leis, a democracia e o controle dos corpos femininos.

Subjetividades: para finalizar, nos debruçaremos sobre alternativas de abordagem do tema, enfatizando o potencial da história oral para o registro das subjetividades e as possibilidades de proposição de políticas públicas baseadas nas realidades envolvidas em sua pluralidade.
A atividade será finalizada com a dramatização de trechos das histórias de vida coletadas durante a pesquisa de doutorado “Dilemas da (sobre)vida: o aborto”, da Profa. Dra, Marcela Boni Evangelista.

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