Chamada temática da revista Criação e Crítica: escritas de autoria feminina

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criacaoecritica@gmail.com
Docente responsável pelo evento
Eurídice Figueiredo
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Revista Criação e Crítica
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Haverá participação de docente(s) estrangeiro(s)?
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Descrição

As escritas de autoria feminina constituem vias que não se bifurcam em binarismos e dicotomias, mas oferecem horizontalidade e pluralidade nas abordagens do texto — seja ele visual, escrito, oral, sonoro. Ao revelar histórias abafadas, ignoradas ou contestadas, elas contribuem para a criação de estudos transversais à historiografia literária canônica que tem sido tecida, por tanto tempo, pelos homens brancos. Se, anteriormente, a subversão da crítica literária se pautava apenas na tentativa de desconstrução do cânone, hoje pauta-se em sua diversificação. Assim, vemos, na atualidade, movimentos de incentivo à leitura de escritoras tanto das grandes metrópoles quanto das muitas e possíveis periferias do planeta. Virginia Woolf considerava que as mulheres necessitavam ter um teto todo seu e alguma renda para poder escrever; Gloria Anzaldúa contesta essa visão de um feminismo burguês no texto "Falando em línguas: carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo", afirmando que é preciso escrever mesmo sem ter as condições materiais de fazê-lo. "Esqueça o quarto só para si — escreva na cozinha, tranque-se no banheiro. Escreva no ônibus ou na fila da previdência social, no trabalho ou durante as refeições, entre o dormir e o acordar. Eu escrevo sentada no vaso". A partir da problematização dos gêneros com Judith Butler, dos debates em torno do gênero como performance, os estudos da pluralidade do ser-mulher alcançam maior diversidade. Se as mulheres foram observadas, historicamente, numa perspectiva essencialista, afirma-se hoje sua resistência à opressão estrutural do patriarcado dentro de uma visão plural e diversa, na medida em que o feminino se constrói em intersecção com outras vivências sociais. Torna-se incabível a tentativa de fundir tantas vozes e lutas em um discurso único e homogêneo, capaz de representar universalmente a existência das muitas mulheres. Acompanhando essa trajetória de transformações do pensamento feminista nas últimas décadas, buscamos falar sobre espaços, falas e vozes diversas, a partir de escritas presentes e passadas. A questão em aberto gira em torno do pedido de Rosario Castellanos, de que deve haver “otro modo de ser humano y libre /otro modo de ser".

Temáticas:

- Feminismos plurais e interseccionalidade;
- Feminismo negro e feminismo decolonial;
- Transfeminismo;
- Autorrepresentação na literatura escrita por mulheres;
- Poesia e slams;
- Tradições literárias orais;
- A linguagem do corpo;
- Literatura e resistência;
-Literatura e trauma: estupro, abuso sexual, feminicídio, prostituição.

As contribuições devem ser enviadas através do site, de acordo com as normas da revista, até o dia 30 de junho de 2020.
A revista aceita artigos em português, francês, espanhol e inglês.
http://www.revistas.usp.br/criacaoecritica.