Projeto Corpas Trans na USP lança pesquisa para conhecer as trans e travestis da universidade

É a primeira iniciativa do projeto, que visa realizar ações de enfrentamento à transfobia na USP. A equipe é composta somente por pessoas trans. Dos 9 integrantes, 7 têm vínculos com a FFLCH: 5 estudantes de graduação, 1 mestranda e 1 docente

Por
Eliete Viana
Data de Publicação
Editoria

 

logo Corpas Trans na USP


29 de janeiro foi o Dia Nacional da Visibilidade Trans. E, para marcar esta data, serão divulgadas ações com participação de membros da FFLCH a respeito deste tema.

O projeto de pesquisa e extensão universitária Corpos Trans e Travestis na Universidade de São Paulo (Corpas Trans na USP), que visa promover ações de enfrentamento à transfobia na universidade, lançou na data do dia da visibilidade uma pesquisa quantitativa para realizar um mapeamento e conhecer as pessoas trans e travestis de todos os campi da USP, seus anseios e as dificuldades enfrentadas. 

Podem responder ao questionário quem tiver idade igual ou superior a 18 anos, ser uma pessoa trans ou travesti que pertença a um dos grupos da comunidade USP: discentes de graduação ou de pós-graduação, servidores técnico-administrativos, pesquisadores de pós-doutorado, e docentes.

O questionário será respondido de maneira completamente anônima, com a privacidade das pessoas sendo respeitada, com o nome e qualquer outro dado de identificação sendo mantidos em sigilo. 

“Precisamos conhecer quem são as pessoas trans que frequentam a Universidade de São Paulo, seus anseios e as dificuldades enfrentadas. Os resultados desta pesquisa auxiliarão no conhecimento da população trans (suas necessidades socioeconômicas, seu bem-estar físico e psicológico, e sua resiliência) e fundamentarão o desenvolvimento de medidas e políticas institucionais para tornar a Universidade de São Paulo mais diversa e inclusiva à população trans e travesti”, explica a equipe do projeto na introdução do questionário.

Toda a equipe do projeto – formada por docentes, estudantes de graduação e pós-graduação – é composta somente por pessoas trans. Dos nove integrantes, sete são vinculados à FFLCH: cinco estudantes de graduação, uma mestranda e uma docente.

Em conversa no podcast MamuCast!, a docente Silvana Nascimento, do Departamento de Antropologia, adiantou o que pretendem fazer com os dados do mapeamento inicial que será feito na pesquisa.

"A partir deste mapeamento inicial, deste questionário quantitativo (...), a gente depois vai fazer entrevistas em profundidade com algumas pessoas que queiram participar da pesquisa para a gente um pouco entender como é que se dão estas vivências trans na USP", disse Silvana, que elencou também alguns problemas já identificados: em relação ao nome social e ao uso do pronome correto, múltiplas formas de transfobia nas salas de aula, nos banheiros e nos espaços de convivência.

A pesquisa pode ser acessada por este link e os resultados serão disponibilizados e publicados no site do projeto.
 

bandeira trans e logo USP


Objetivo 

A pesquisa é a primeira iniciativa do projeto Corpas Trans na USP, o qual visa realizar ações de enfrentamento à transfobia e outras formas de violência contra pessoas trans e travestis nos diferentes campi da universidade, e no seu entorno, construindo redes de apoio e acolhimento. E contribuindo assim para a construção de estratégias de permanência, sobrevivência e resistência de estudantes, docentes e servidores trans e travestis em distintos espaços acadêmicos.

“O intuito do projeto é colaborar para a construção de espaços de convivência e redes de apoio por meio de pesquisas, atividades educativas e de formação, de acolhimento e mobilização da comunidade acadêmica em relação à temática trans. Deseja-se produzir impacto social em favor da concretização de direitos humanos e da redução das desigualdades sociais e de gênero, combatendo toda transfobia que se empreita institucionalmente ou de modo informal dentro da USP”, conforme é ressaltado no site do projeto.

História 

O projeto nasceu no primeiro semestre de 2021 a partir de uma iniciativa de docentes da USP e da Coletiva Intertransvestigênere Xica Manicongo, movimento de estudantes trans e travestis na universidade, fundada em 2020. 

Por meio de um primeiro mapeamento realizado por estudantes desta coletiva, surgiu a necessidade de elaborar um projeto mais amplo para, num primeiro momento, conhecer em profundidade as vivências da comunidade trans dentro do espaço da USP e, posteriormente, construir ações de enfrentamento à transfobia no ambiente universitário. 

Para a realização destas ações, o projeto recebeu bolsas de graduação vinculadas ao Programa Unificado de Bolsas (PUB 2021) da Pró-Reitoria de Graduação e foi contemplado pelo Edital ODS/ONU 2021 da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.

Mais informações sobre o projeto Corpas Trans na USP ou sobre a pesquisa pelo site, nas redes sociais (Instagram, Facebook, Twitter, YouTube) ou por e-mail corpastrans@usp.br.

 


Em breve, serão divulgadas mais ações que são relacionadas à visibilidade trans, como coletivos, pesquisas e cursos organizados e realizados por membros da FFLCH.