Paulo Martins e Ana Paula Torres Megiani assumem direção da FFLCH

O mandato do novo diretor e da nova vice-diretora teve início em 26 de setembro

Por
Eliete Viana
Data de Publicação


​​​​​​​A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP está sob nova direção. Desde o dia 26 de setembro, está em vigor o mandato do diretor Paulo Martins e da vice-diretora Ana Paula Torres Megiani. Eles são docentes, respectivamente, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e de História. 

A eleição foi realizada no dia 16 de setembro, por meio de sistema eletrônico de votação, cujo colégio eleitoral é composto pelos membros dos Conselhos dos Departamentos e da Congregação da Faculdade.

A chapa FFLCH – Republicana e Democrática, formada por Martins e Ana Paula, foi a única inscrita no pleito, mas teve expressiva votação com 90% dos votos no primeiro turno. 

Antes da votação oficial, foi realizada uma consulta eletrônica à comunidade, nos dias 9 e 10 de setembro, na qual todas as categorias da Faculdade podiam participar: professores ativos e aposentados, alunos de graduação e de pós-graduação e funcionários – momento em que a chapa também teve muitos votos.

A nova gestão agradece o apoio recebido pela comunidade da FFLCH, manifesto na consulta pública quanto na votação, nos três encontros remotos realizados pela Comissão Eleitoral para discussão do programa de gestão, nos dias 24, 26 e 27 de agosto, e também pelas redes sociais.

“Queremos agradecer o apoio de toda a comunidade da FFLCH, desde a elaboração do programa de gestão, durante todo o período de campanha e a confiança depositada em nossa chapa através da votação expressiva que obtivemos, o que nos dá força e ânimo para começarmos nossa gestão com coragem e entusiasmo. Esperamos continuar sendo merecedores deste apoio e manter um diálogo profícuo com todos os professores, alunos e funcionários, para juntos construirmos uma FFLCH – republicana e democrática, como é o lema proposto por nossa chapa”, destaca a nova gestão.

A FFLCH é a maior Unidade de Ensino e Pesquisa da USP em números de alunos de graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão. A Faculdade tem cinco cursos de Graduação: Ciências Sociais, Filosofia, Geografia, História e Letras, nos quais são oferecidas 1.669 vagas anualmente. Ao todo, são 9.202 alunos matriculados. Na Pós-Graduação, possui 23 programas com 2.625 pós-graduandos. A Faculdade tem ainda 320 pós-doutorandos. Neste ano, a previsão é que o número de alunos nos cursos de extensão universitária ultrapasse os 10 mil. Atualmente, possui 429 docentes e 295 funcionários.

FFLCH - republicana e democrática

No site criado para divulgar o manifesto e o seu programa de gestão, elaborado por um grupo de professores da Faculdade, a chapa FFLCH – Republicana e Democrática afirma que “a FFLCH mantém o compromisso de propor à Universidade uma reflexão crítica desses parâmetros, sensível à grandeza de seus números, à diversidade interna de suas atividades e a seu impacto acadêmico”.

Segundo texto do manifesto, a valorização do espaço público, com ações de conservação e manutenção será algo enfatizado, dando continuidade ao trabalho realizado pela última gestão, da qual Paulo Martins foi vice-diretor. Neste sentido, será realizado esforços para montagem de um auditório no Edifício Prof. Antonio Candido (Letras), resgatar o projeto do prédio de pesquisa da Faculdade, aprovado em 2010, mas cuja execução foi suspensa em 2014; e ainda, se possível, transferir a administração para as proximidades do conjunto didático.

Sobre a contratação de funcionários, a gestão afirma que irá se empenhar para que o quadro funcional seja recuperado aos patamares anteriores aos Programas de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDVs), implantado na USP em 2015 e 2016.

No manifesto, é ressaltada a importância de se manter um bom diálogo interno na Faculdade entre as entidades representativas de docentes, alunos e funcionários – “somos diversos e somos juntos”, como afirmou Martins durante a campanha, em um dos encontros remotos realizados; diálogo com a Universidade como um todo, principalmente com a Reitoria e os Conselhos Centrais de Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Cultura e Extensão Universitária; além da sociedade em geral. ​​​​​
 

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“Ainda que para a maior parte de nós é óbvia nossa relevância para a sociedade, isto seguramente não é tão claro assim. No momento político que vivemos hoje, sob o jugo de políticas obscurantistas e pouco democráticas, a universidade pública, na verdade, vive um ataque constante. (...) Nossa postura deve atender à interlocução com a sociedade, de sorte que nos reconheçam a importância e reverter qualquer tipo de acusação que nos seja feita injustamente. A Universidade é uma instituição autônoma e essencialmente diversa. O conhecimento científico construído de maneira crítica exige respeito e cuidado. O saber intelectual e acadêmico é um patrimônio de toda a sociedade, e a FFLCH não abrirá mão de sua independência e liberdade de expressão. Cabe a ela zelar pelo direito constitucional à educação garantido a todos e as cidadãs e cidadãos do nosso país”. 

 

Conheça um pouco mais sobre o novo diretor e a nova vice-diretora

Paulo Martins
tem graduação em Letras Clássicas (Grego e Latim), com mestrado e doutorado em Letras Clássicas e livre-docência em Literatura Latina, todos pela USP.

É professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade desde janeiro de 1999. Mas, sua carreira de docente começou antes ao lecionar Língua e Literatura Latina em diversas universidades particulares de São Paulo e na Universidade Estadual Paulista (Unesp) “Júlio de Mesquita Filho” – campus Assis, além de ter sido professor de Literatura e Língua Portuguesa no Ensino Médio em colégios de São Paulo. Foi professor visitante no King's College London da University of London (2012), Reino Unido, e na Yale University (2013-2014), Estados Unidos.

Suas pesquisas concentram-se nas áreas de discurso teórico greco-latino, poesia lírica, satírica e didática e elegia romana. Possui quatro livros publicados recentemente: Imagem e Poder (Edusp), Algumas Visões da Antiguidade (7Letras/Faperj), Literatura Latina (IESDE) e Elegia Romana - Construção e Efeito (Humanitas). Está em preparação do livro: Pictura loquens e Poesis tacens: limites da representação (Edusp).

Na área administrativa, foi coordenador do programa de pós-graduação em Letras Clássicas (2009-2011), vice-chefe do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (2015-2016) e vice-diretor da FFLCH (2016-2020).

Na Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) – que congrega pesquisadores das áreas de Arqueologia Clássica, História Antiga, Filosofia Antiga e Letras Clássicas – atuou como presidente do Conselho Editorial da revista Classica (2010-2011), editor (2011-2012), vice-presidente (2010-2011) e presidente (2016-2017). 

É pesquisador do Programa de Altos Estudos em Representações da Antiguidade (PROAERA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Grupo de Pesquisa Retórica e Doutrinas Artísticas. Coordena o núcleo de pesquisa e de estudos Imagens da Antiguidade Clássica (IAC) da USP. É Membro do Conselho Consultivo-Deliberativo, sócio-fundador da Sociedade Brasileira de Retórica e também da Organización Iberoamericana de Retórica, do Institute of Classical Studies of London (ICS) da School of Advenced Studies da University of London, Reino Unido.

Ana Paula Torres Megiani possui graduação em História, mestrado, doutorado e livre-docência em História Social, todos pela USP. Realizou dois pós-doutorados: no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e na Universidade Complutense de Madrid, respectivamente, em Portugal e Espanha.

Ingressou como docente do Departamento de História em março de 2003, na área de História Ibérica. Foi professora de História do Brasil nos Ensinos Fundamental e Médio no Colégio Equipe (1992-1997). Entre 2013 e 2015 foi co-ministrante do Master de Estudios Brasileños, convênio entre as Universidades de São Paulo e Salamanca (Espanha), na área de História do Brasil.

As suas áreas de especialização concentram-se em História da Cultura na Baixa Idade Média e Época Moderna, atuando principalmente nos seguintes temas: história de Portugal e Espanha , memória política, monarquia filipina e união ibérica.

É autora dos livros O jovem rei encantado: expectativas do messianismo régio em Portugal – séculos XIII-XVI (Hucitec), O rei ausente: festas e cultura política nas visitas dos Filipes a Portugal 1581 e 1619 (Alameda) e 1580 – Coleção Portugal uma retrospectiva (Tinta da China). Também foi organizadora dos livros coletivos Inês de Castro: a época e a memória (Alameda), O Império por escrito (Alameda) e O Brasil na Monarquia Hispânica: novas interpretações (Humanitas). Possui ainda diversos artigos publicados em livros e periódicos internacionais.

É pesquisadora da Cátedra Jaime Cortesão da FFLCH desde 2002. Foi pesquisadora integrante do Projeto Temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) Dimensões do Império Português (2005-2009) e coordenadora do núcleo brasileiro do Projeto O Brasil na Monarquia Hispânica. Cultura Política, Negócios e Missionação durante a União das Coroas Ibéricas e a Guerra de Restauração: 1580-1668 (USP-USAL 2012-2015). 

Desde maio de 2019, é coordenadora do Laboratório de Estudos sobre os Impérios Ibéricos, séculos XV-XVIII, (Finisterra_Lab) e desde abril do mesmo ano é a diretora do Centro de Apoio à Pesquisa História (CAPH) no Departamento de História, cargo no qual estará à frente até abril de 2021.


Dados do Portal de Dados FFLCH (em 1º/10/2020) e do Serviço de Cultura e Extensão Universitária da FFLCH