Webinar: Tradução & Guimarães Rosa

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CITRAT Webinar (24.06.2022)

Tradução & Guimarães Rosa

Canal da FFLCH-USP

https://www.youtube.com/channel/UCNiH334YQslyClYxjkM0X8A

A Enciclopédia Guimarães Rosa

Resumo

Nesta conversação, pretendo apresentar a proposta de enciclopédia virtual e física que leva o nome de João Guimarães Rosa, planejada para abrigar diversas temáticas que compõem ou são derivadas da obra rosiana, muitas das quais tangenciam o conceito de tradução na sua mais ampla concepção. Comentarei ainda sobre a estrutura do projeto, com suas diversas ramificações e sua fundamentação teórica nos conceitos de “Enciclopédia” (Umberto Eco) e de “Rizoma” (Deleuze e Guattari) e exibirei o projeto visual (criado por Antônio Kvalo).

TELMA BORGES é docente na Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Brasil; pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita – CEALE; coordenadora do GPELL – Grupo de Pesquisa do Letramento Literário; Coordenadora do projeto Enciclopédia Guimarães Rosa, membro do Comitê Gestor do Programa Ações Afirmativas. Investiga conexões entre literatura e relações étnico-raciais. É sócia correspondente da Academia de Letras do Noroeste de Minas, com sede em Paracatu, e da Academia de Letras e do Instituto Histórico e geográfico de Teófilo Otoni – MG.

Guimarães Rosa entre a Cruz e a Caldeirinha...

Resumo

Relato breve sobre pesquisa em andamento. Investigamos o estatuto ambíguo da obra de João Guimarães Rosa. Tomamos uma frase do escritor brasileiro, a saber, "enquanto vou escrevendo, eu traduzo, extraio de muitos outros idiomas" (em entrevista a Gunter Lorenz) e investigamos seu posicionamento enquanto "tradutor e criador" de mundos. Discutimos dois critérios de tradução em sua obra: confiabilidade e fidelidade. Vamos relatar alguns pontos de investigação acerca da ampla recepção da língua (sintaxe, morfologia e léxico) e da cultura grega na literatura produzida por Guimarães Rosa. Mostraremos que a revisitação dos gregos no escritor mineiro, que se supunha guardar cordialidade fundada na hospitalidade da língua e cultura helênica, ao contrário, é demolidora e inusitada. Neste sentido, aquele que parecia receber as letras, os sons, o ritmo, as regras sintáticas e a cultura (strictu e lato sensu) dos antigos, fê-lo traiçoeira, ressabiada, dissimulada e violentamente.

Palavras-chave: João Guimarães Rosa, tradução, hospitalidade, confiabilidade.

Referências:

Barbosa, T. V. R. (2019b). Auscultar Rosa, ouvir os Clássicos. Classica, 32 (2), 369-379.

Barbosa, T. V. R. (2019a). Auscultar Rosa e ouvir Homero. Classica, 32 (1), 217-234.

Berman, A. (2013). A tradução e a letra ou o albergue do longínquo. Trad. Marie-Hélène C. Torres, Mauri Furlan, Andreia Guerini. Tubarão/Florianópolis: Copiart/PGET/UFSC.

TEREZA VIRGÍNIA RIBEIRO BARBOSA possui graduação em Português-Grego pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestrado em Estudos Linguísticos pela UFMG e doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP. Realizou Pós-Doutorado na USP e UFSC. Atualmente é professor Titular da UFMG (língua e literaturas gregas). Participou da elaboração do Dicionário Grego-Português e desenvolve trabalhos também nas áreas de Teorias da Tradução, Lexicografia, Semântica e Análise do Discurso.

Grande Sertão: Veredas em 14 línguas

Resumo

Esse trabalho se propõe a fazer um estudo comparativo de (provavelmente) todas as traduções publicadas até hoje de Grande Sertão: Veredas. São 16 traduções em 14 línguas. Veremos como foram recebidas pelos leitores, como chegaram a ser publicadas, qual a particularidade de cada uma. O romance de Guimarães Rosa tem essa característica rara de, quando traduzido, dar a luz a livros que, do título às páginas impressas, parecem totalmente diferentes uns dos outros.

MATHIEU DOSSE é doutor em literatura comparada pela Paris 8, é tradutor literário desde 2013. Além de vários artigos sobre tradução, traduziu para o francês Estas Estórias de João Guimarães Rosa (tradução premiada duas vezes), Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, entre outros autores. Tem um livro sobre Guimarães Rosa e tradução publicada pela Classiques Garnier Poétique de la lecture des traductions: Joyce, Nabokov, Guimarães Rosa).

Manifestações do intraduzível: a mitologia indígena em Meu tio o Iauaretê

Resumo

Ao considerar a tradução das obras de Guimarães Rosa, uma das primeiras coisas em que pensamos são os desafios específicos da sua linguagem tidos, muitas vezes, como intraduzíveis. Não podemos esquecer, porém, que a língua na obra de Rosa é tão importante quanto o enredo, sendo muitas vezes o próprio enredo, ou pelo menos abrindo os caminhos para novas camadas de interpretação. O hibridismo linguístico e cultural construído por Rosa em “Meu tio o Iauaretê”, por exemplo, tem um propósito estético específico, uma vez que a linguagem utilizada no conto pode ser entendida como uma representação da identidade do narrador. Partindo desses princípios, é possível estabelecer relações entre certos vocábulos e expressões utilizados pelo narrador-personagem com narrativas mitológicas ameríndias, assim como a formação de novas perspectivas através da sua tradução.

Referências:

ÁVILA, Marcel Twardowsky; TREVISAN, Rodrigo Godinho. Jaguanhenhém: um estudo sobre a linguagem do Iauaretê. Magma, São Paulo, n. 12, p. 297-335, 2015.

GALVÃO, Walnice Nogueira. O impossível retorno. In: GALVÃO, Walnice Nogueira. Mitológica rosiana. São Paulo: Ática, 1978. p. 13-36.

KLINGER, Susanne. Translation and linguistic hybridity: constructing world-view. New York: Routledge, 2015. (Routledge Advances in Translation Studies).

LÉVI-STRAUSS, Claude. O cru e o cozido. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac Naify, 2010. (Coleção Mitológicas).

MEDEIROS, Sérgio (org.). Makunaíma e Jurupari: cosmogonias ameríndias. São Paulo: Perspectiva, 2002. p. 347-358.

KAMILA MOREIRA DE OLIVEIRA é graduada em Letras Inglês pela Universidade Federal do Ceará e mestra em Estudos da Tradução pela mesma instituição. Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina, com apoio da FAPESC. Dedica-se à pesquisa sobre literatura brasileira traduzida, em conexão com os estudos rosianos.

O Sertão Mundo de Guimarães Rosa

Resumo

Relato do processo de curadoria da exposição virtual Sertão Mundo que transformou em experiência sensorial conteúdos, visões e interpretações do universo rosiano, reunidos a partir da contribuição de artistas, colaboradores, pesquisadores e admiradores da obra do escritor mineiro. A partir de um percurso de sons, imagens e registros, na forma de um caminho marcado por diferentes linguagens: música, bordados, jogos digitais, ilustrações, narração de histórias, propiciou ao público uma inesquecível viagem, uma travessia, por diversos sertões.

DIOMIRA FARIA é Professora associada do Departamento de Geografia da UFMG, especificamente do curso de Turismo, é doutora em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais - Brasil e pela Universidade de Alicante – Espanha. Diretora do Espaço do Conhecimento UFMG, um lugar dedicado a divulgação científica e cultural da UFMG, no período de 2018 a 2021. Curadora da Exposição virtual Sertão Mundo, desenvolve pesquisas nas áreas de economia do turismo e da cultura; turismo e museus.

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