Membros da FFLCH são indicados entre os 10 finalistas da 64ª edição do Prêmio Jabuti

Ao todo, foram 17 indicações em 10 das 20 categorias: conto, crônica, infantil, poesia; romance literário; biografia e reportagem; ciências humanas; tradução; fomento à leitura; e livro brasileiro publicado no exterior

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Eliete Viana e Bruna Correia
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Título: Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico | Autor(a): Christian Dunker, Nelson da Silva Junior e Vladimir Safatle | Editora(s): Autêntica Título: João Cabral de Melo Neto: Uma biografia | Autor(a): Ivan Marques | Editora(s): Todavia (professor letras clássicas e vernáculas) Enciclopédia Negra | Autor(a): Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz | Editora(s): Companhia das Letras Os sabiás da crônica | Autor(a): Augusto Massi | Editora(s): Autêntica  (professor do departamento de Letras clássicas e vernáculas) Um intelectual na política: Memórias | Autor(a): Fernando Henrique Cardoso | Editora(s): Companhia das Letras (professor emérito do departamento de ciência política) Título: Menos Marx, mais Mises | Autor(a): Camila Rocha | Editora(s): Todavia Título: Pantagruel e Gargântua | Tradutor(a): Guilherme Gontijo Flores | Editora(s): Editora 34 Título: Também guardamos pedras aqui | Autor(a): Luiza Romão | Editora(s): Nós (pós-teoria literária) Título: A pediatra | Autor(a): Andréa Del Fuego | Editora(s): Companhia das Letras (mestranda filosofia Título: Uma tristeza infinita | Autor(a): Antônio Xerxenesky | Editora(s): Companhia das Letras  (doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada)

*Matéria atualizada em 08/11/2022, às 16h51

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP tem 17 indicações de livros e projetos entre os 10 finalistas da 64ª edição do Prêmio Jabuti, que é organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). 

São 15 membros da Faculdade (pois uma das pessoas foi indicada por três obras diferentes) – docentes, pesquisadores ativos e aqueles que tiveram passagem como alunos de graduação e/ou de pós-graduação – que concorrem ao prêmio em 10 das 20 categorias: conto, crônica; infantil; poesia; romance literário; biografia e reportagem; ciências humanas; tradução; fomento à leitura; e livro brasileiro publicado no exterior. 

A divulgação dos 10 finalistas nas 20 categorias divididas nos quatros eixos Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação foi feita no dia 25 de outubro. No dia 8 de novembro, serão divulgados os cinco finalistas e, no dia 24 de novembro, em uma cerimônia no Teatro Municipal, na cidade de São Paulo, serão revelados os vencedores, os quais vão ganhar R$ 5 mil e o ganhador do Livro do Ano vai ganhar R$ 100 mil também.

Neste ano, a CBL recebeu mais de 4,2 mil inscrições nesta primeira etapa.

Confira, abaixo, a lista dos finalistas da Faculdade no Prêmio Jabuti, na sequência dos quatro eixos do prêmio:

Literatura 

No eixo Literatura, na categoria conto, temos o livro Zaranza (Editora Reformatório), escrito por Rita de Podestá, que é formada no curso de Letras da FFLCH. A obra é composta de contos autoficcionais que podem ser lidos em qualquer ordem.

Na categoria crônica, temos dois livros. O primeiro é Os sabiás da Crônica (Editora Autêntica), que tem vários autores e foi organizado pelo professor Augusto Massi, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas.

Lançado em outubro de 2021,com textos de Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Stanislaw Ponte Preta e José Carlos Oliveira, a obra é composta de crônicas que formam um painel dos anos 1930 até a virada do século XXI. 

O outro é Qualquer lugar menos agora (Editora Record) de J.P Cuenca, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada. O livro, lançado durante a pandemia, fala sobre as viagens do autor pelo mundo.

Na categoria infantil, a pesquisadora de pós-doutorado em Antropologia, Janaina de Figueiredo, foi indicada com o livro Formigável (Editora Aletria). O livro, ilustrado por Rafa Antón, fala sobre a inesperada amizade de uma formiga operária e uma galinha caipira.

Em poesia, Luiza Romão, mestranda no Programa de Pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada, foi indicada com o livro Também guardamos pedras aqui (Editora Nós).  A narrativa tem a guerra de Troia como objeto central, a partir do qual as opressões são mostradas ao leitor.

Na categoria romance literário, Andréa Del Fuego, que é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia, foi indicada com o seu romance A pediatra (Companhia das Letras). A obra conta a história de uma pediatra que não é muito afeita a crianças e que entra em conflito com um pediatra humanista, que trabalha com doulas, parteiras e acompanha até partos domiciliares. 

Nesta mesma categoria, Antônio Xerxenesky, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada, foi indicado com o livro Uma tristeza infinita (Companhia das Letras). A obra, lançada em setembro de 2021, tem como pano de fundo o ambiente do uso das primeiras drogas contra a depressão e outras doenças psíquicas. O autor constrói um romance tocante sobre feridas, o passado e a possibilidade de ser feliz apesar do sofrimento.

Não Ficção 

No eixo de Não-ficção, na categoria que contempla biografia e reportagem, temos o livro João Cabral de Melo Neto: Uma biografia (Editora Todavia), do professor Ivan Marques, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Lançado em outubro de 2021, o livro trata da vida e obra do poeta e diplomata brasileiro. 

Na mesma categoria, Fernando Henrique Cardoso, professor emérito do Departamento de Ciência Política da FFLCH e ex-presidente da República (1995-2002), foi indicado com a autobiografia Um intelectual na política: Memórias (Companhia das Letras). Lançado em maio de 2021, o professor narra suas experiências, marcadas pelo trânsito entre a política e a academia, que são recontadas sob nova perspectiva. 

Em ciências humanas há três obras indicadas. O livro Menos Marx mais Mises (Editora Todavia), de Camila Rocha, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, fala sobre como a nova direita brasileira saiu da internet para ganhar as eleições. Lançado em agosto de 2021, a obra é a tese de doutorado da autora, defendida na FFLCH, no ano de 2019. 
 
A obra Enciclopédia negra (Companhia das Letras), de Lilia Schwarcz, professora do Departamento de Antropologia, juntamente com Flávio dos Santos Gomes, professor de história na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Jaime Lauriano, artista plástico, revistam a história do Brasil, da colonização à atualidade, para reconstituir o protagonismo negro na sociedade brasileira.

O terceiro indicado da FFLCH nesta mesma categoria é o livro Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico (Editora Autêntica), organizado pelo professor Vladimir Safatle, do Departamento de Filosofia, e pelos professores Nelson da Silva Junior e Christian Dunker, ambos do Instituto de Psicologia da USP. Lançado em janeiro de 2021, o livro propõe a ideia de que a produção neoliberal construiu uma nova forma de sofrimento que se aprofundou na sociedade.

Produção Editorial 

Já no eixo de Produção editorial, na categoria tradução, o professor da Universidade Federal do Paraná Guilherme Gontijo Flores, que fez doutorado no Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da FFLCH, foi indicado com duas obras. 

A primeira, Pantagruel e Gargântua (Editora 34), pentalogia de romances escrita no século XVI por François Rabelais, que fala das aventuras de dois gigantes, Gargântua e seu filho Pantagruel. 

A segunda é a tradução de Arte Poética, poema escrito por Horácio, em 19 a.C, que ficou conhecido como um pequeno tratado em verso sobre o teatro em geral, entremeando discussões sobre problemas de personagens e temas com passagens de ironia e poeticidade. O autor fez uma espécie divertida de tratado que por séculos vem sendo considerado um poema fundador para outras poéticas do mundo ocidental, com um número incontável de estudos e traduções.

Na mesma categoria, o professor Fernando Rodrigues Junior, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, foi indicado com a tradução do livro Argonáuticas de Apolônio de Rodes, poema épico em grego antigo de Apolónio de Rodes escrito no século III a.C.

Inovação

A ONG Vaga Lume, foi indicada no eixo Inovação, na categoria fomento à leitura, por iniciativa que leva bibliotecas para a Amazônia. A presidente da organização, Sylvia Guimarães, é bacharel e licenciada em História pela FFLCH. 

Na categoria de livro publicado no exterior, Guilherme Gontijo Flores, que também foi indicado duas vezes na categoria Produção editorial (veja acima), foi indicado com a obra infantil A Mancha, que trata da mancha de petróleo que se espalhou pelo nordeste brasileiro em 2019.