O texto foi lido e aprovado para divulgação na 392ª sessão ordinária, realizada em 29 de abril
NOTA DA CONGREGAÇÃO DA FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DA USP
A Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas vem a público manifestar grande preocupação com a presente situação do Hospital Universitário e instar aqueles que respondem por sua administração a não mais protelar as medidas que se impõem para o seu resgate como serviço de excelência no atendimento à saúde, à pesquisa e ao ensino.
O Hospital, referência fundamental no atendimento de um importante contingente populacional da cidade e na formação de estudantes de diversas unidades da USP, tem enfrentado nos últimos anos uma crise profunda. Drástica redução de pessoal, diminuição do número de leitos e fechamento de serviços essenciais são alguns dos sinais mais visíveis do investimento insuficiente a que foi relegada uma instituição que já foi motivo de orgulho de todos nós.
A crise provocada pela falta de pessoal e pelo corte de verbas impediu, no ano passado, que o hospital respondesse de modo adequado às urgências impostas pela pandemia.
Os primeiros leitos destinados a pacientes vitimados pela Covid-19 foram abertos apenas nos últimos meses e, embora não contem com uma infraestrutura suficientemente organizada em termos de funcionários e equipamento de apoio, cabe salientar o empenho dos profissionais envolvidos para suprir as múltiplas carências e buscar um atendimento de qualidade.
Em virtude dessa precarização, tememos que continue a não haver um efetivo programa de testagem nem a garantia de equipamento de proteção individual em quantidade suficiente. Soubemos de funcionários que foram expostos a riscos graves, uma vez que eram portadores de comorbidades significativas e mesmo assim foram obrigados ao trabalho presencial, dada a limitação numérica de pessoal. Dois deles contraíram o vírus e vieram a falecer.
Os docentes, funcionários técnico-administrativos e os estudantes representados nesta congregação aguardam da máxima autoridade da USP a única providência que lhe cabe tomar: promover incondicionalmente e com máxima urgência o restabelecimento da plena qualidade do Hospital Universitário.