FFLCH recebe reitor da USP

A visita teve o objetivo do dirigente ouvir as demandas dos docentes da Unidade

Por
Eliete Viana
Data de Publicação


 

Professores participantes da visita do reitor da USP à FFLCH
Em visita à FFLCH, o reitor da USP informou que o objetivo do encontro era ouvir as demandas dos docentes e da direção - Foto: Fábio Nakamura / STI-FFLCH


Na tarde do dia 22 de agosto, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) recebeu a visita do reitor da USP, Vahan Agopyan.

O dirigente foi recepcionado no prédio da Diretoria e Administração da Faculdade pela diretora Maria Arminda do Nascimento Arruda, pelo vice-diretor Paulo Martins; e pelo ex-diretor Sérgio Adorno.

Além da direção, participaram do encontro, realizado no Salão Nobre, cerca de 30 professores que são presidentes das Comissões, chefes dos Departamentos e coordenadores de programas de pós-graduação; além de duas funcionárias, as assistentes acadêmica e administrativa/financeira da FFLCH.

Perguntas

A diretora agradeceu a presença do reitor, falou um pouco sobre a grandiosidade e a diversidade da Faculdade, destacando a sua área de atuação. “A Universidade precisa estar atenta às humanidades. Sem elas não se forma uma universidade. Sua vinda aqui é muito importante para nós”, declarou.

Para apresentar melhor a FFLCH, foi exibido um vídeo que conta um pouco da história da Faculdade.

“A Faculdade de Filosofia reflete bem a USP, por ser uma unidade grande, multidisciplinar e de qualidade, que tem o tamanho de uma universidade europeia”, destacou Agopyan, o qual disse ter vindo sozinho ao encontro porque “não vim para falar muito, mas para ouvir”.

Durante o encontro, o qual teve cerca de duas horas, todos os professores presentes apresentaram-se informando nome e cargo administrativo exercido e, depois, 10 docentes fizeram questionamentos ao dirigente.
 

Professores no encontro com o reitor da USP Vahan Agopyan
Participaram do evento cerca de 30 professores - os quais são presidentes das Comissões, chefes dos Departamentos e coordenadores de programas de pós-graduação - , além de duas funcionárias, as assistentes acadêmica e administrativa/financeira da FFLCH - Foto: Fábio Nakamura / STI-FFLCH


A metade das perguntas foi sobre a necessidade de contratação de mais docentes e de funcionários, principalmente para a área de História e das várias habilitações do curso de Letras.

“A falta de professores também impacta a pós-graduação da Unidade”, ressaltou a professora Eliane Gouvêa Lousada, coordenadora do programa de pós-graduação em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês, mostrando a importância da atuação docente em uma universidade pública e gratuita, baseada no tripé ensino, pesquisa e extensão.
 
Segundo o reitor, a USP tem atualmente cerca de 5.600 docentes, sem contar os temporários, e que este número não deve ultrapassar muito os 6 mil, como foi anteriormente. “Não pretendemos fazer mudanças radicais nos próximos 10 anos”, disse alertando que não haverá muitas contratações em um curto prazo por causa dos recursos limitados para garantir o funcionamento da Universidade.

O segundo assunto mais abordado foi a avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Pois, segundo os docentes, a Coordenação não valoriza muito a publicação de livros e atividades de produção artística, que são relacionadas às áreas de humanidades, por exemplo.

A respeito disso, Agopyan enfatizou que a USP pode ter uma presença mais forte juntos aos coordenadores de áreas, para que as atividades realizadas nos programas sejam melhor entendidas.

Relação universidade e sociedade

Outros questionamentos foram relacionadas aos projetos que a Universidade tem para inclusão dos alunos ingressantes, a relação com a escola pública e o perfil da Instituição nos próximos anos.

A coordenadora do programa de pós-graduação em Sociologia, Marcia Regina de Lima Silva, perguntou se há a ideia de implantar mais projetos de inclusão e de ações afirmativas pela USP e propôs que seja criada e implantada uma comissão para acompanhar os alunos ingressantes por cotas e ações afirmativas.

O reitor disse acreditar que não adianta só fazer a inclusão no momento do ingresso na Universidade, se os alunos não conseguirem permanecer e, por isso, o Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil está passando a atuar como acolhimento aos alunos também. Além disso, ele informou que há uma comissão acompanhando os alunos ingressantes neste ano via políticas de ações afirmativas, mas ainda não recebeu relatório a respeito.

A importância de a Universidade estar mais próxima das escolas públicas, seja para estimular os seus alunos a ingressarem na USP ou em projetos de extensão, foi a questão levantada pelo coordenador do programa de pós-graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades, Mauricio Cardoso, que destacou ter algumas iniciativas a respeito por causa de seu trabalho junto às licenciaturas na Faculdade.

Em relação a pergunta, o reitor citou o Programa Vem pra USP! e outras iniciativas, e que vai pedir para a Pró-Reitoria de Graduação entrar em contato com o docente para ouvir suas ideias.
 

O reitor da USP, Vahan Agopyan, e a diretora da FFLCH, Maria Arminda do Nascimento Arruda
O reitor da USP, Vahan Agopyan, e a diretora da FFLCH, Maria Arminda do Nascimento Arruda - Foto: Fábio Nakamura / STI-FFLCH

Pensando no futuro, a coordenadora do programa de pós-graduação em Língua e Literatura Alemã, Juliana Pasquarelli Perez, indagou sobre qual o perfil que a USP pretende ter nos próximos anos, “será de massa ou mais voltada para a pesquisa, diminuindo de tamanho”.

Em resposta, o dirigente disse que a USP pode ser grande e de qualidade ao mesmo tempo, porém ela não deve crescer mais. E, sobre os vários questionamentos, ressaltou que, hoje, o reitor tem ações controladas pelos colegiados centrais e, por isso, ele sozinho não pode resolver todas as questões.

Antes de finalizar sua participação, Agopyan pediu para quem tiver mais algum questionamento para enviá-lo ao vice-diretor da FFLCH, que os encaminhará para ele. Agradeceu a oportunidade de ouvir os docentes e assumiu o compromisso de retornar à Unidade.

A diretora Maria Arminda comentou que é importante a Capes ter melhor critérios de avaliação para as humanidades, destacando a importância da formação que é feita na Faculdade. E, sobre o retorno do reitor, pediu para ser ainda em 2018.