Citrat, Letra e Great webinar 14h-16h, 29 de setembro de 2023: Escritoras do Gênero Policial - Palestrantes: Solange Pinheiro de Carvalho e Jean Pierre Chauvin

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Descrição

Escritoras do Gênero Policial

Palestrantes: Solange Pinheiro de Carvalho e Jean Pierre Chauvin

1. Por que uma Rainha do Crime, se elas eram quatro?

A chamada Era de Ouro do romance policial na Inglaterra é lembrada principalmente por Agatha Christie, a Rainha do Crime, autora de mais de 70 romances e diversos contos, e uma peça de teatro, The Mousetrap, continuamente em cartaz em um teatro londrino desde 1952, tendo sido assistida por mais de 10 milhões de pessoas. Christie também aparece no Guinness World Records como a escritora de ficção mais bem sucedida de todos os tempos, com mais de dois bilhões de livros vendidos; segundo o Index Translationum da UNESCO ela é o escritor mais traduzido de todos os tempos, com mais de sete mil traduções de suas obras em 100 línguas. Contudo, outras três rainhas publicaram obras na mesma época em que Christie: Dorothy L. Sayers (1893 – 1957), Ngaio Marsh (1895 – 1982) e Margery Allingham (1904 – 1966). Com minha fala, pretendo fazer uma breve apresentação das três escritoras, para que o público possa conhecer um pouco da vida e das obras.

SOLANGE PINHEIRO DE CARVALHO é bacharel em Letras/Tradutor-Intérprete (2002); Mestre em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês (2007), tendo apresentado uma proposta de tradução para o dialeto de Yorkshire no romance Wuthering Heights, de Emily Brontë. Doutora em Filologia e Língua Portuguesa (2011), com uma tese que analisa os neologismos literários na obra em prosa do escritor Ariano Suassuna. Pós-doutora em Estudos da Tradução (2016), publicou um livro, O Caso Camilleri, como resultado de sua pesquisa sobre as possibilidades de tradução da lingua mista do escritor italiano. Doutora em Estudos Literários e Culturais (2023), com uma tese em que analisa a imagem da Itália em romances policiais centrados em roubos de telas do pintor barroco Caravaggio. Tradutora profissional, tem trabalhos publicados pelas editoras Planeta do Brasil, Martin Claret, L&PM, Companhia das Letras.

2. Três Leituras do Romance Policial de Agatha Christie

Há pelo menos três chaves de leitura, frente aos romances policiais. Uma delas, alinhada com a perspectiva de Umberto Eco, por exemplo, levaria em conta o que faz desse gênero literário um produto de entretenimento destinado às massas; outra, adotada por Ernest Mandel, que interpretou as histórias de detetive como mercantilização da morte; a terceira, protagonizada por Sophie de Mijolla-Mellor, que se refere às narrativas policiais como pretextos para ilustrar conceitos descobertos pela psicologia freudiana. Seja qual for a perspectiva adotada pelo leitor, é importante que mantenha em vista os artifícios empregados pela escritora ao construir seus narradores e personagens, levando em conta as categorias de tempo, espaço, ação etc. Na prosa de Agatha Christie, frequentemente o estudo de caracteres é tão ou mais relevante que o jogo de gato-e-rato habilmente estimulado pela narrativa.

JEAN PIERRE CHAUVIN é professor livre-docente da Escola de Comunicações e Artes (USP), onde pesquisa e leciona as disciplinas: Cultura e Literatura Brasileira (Colônia, Império, República), Edótica, Romance Policial de Agatha Christie, Romance Distópico e Prosa de José Saramago. Credenciado no Programa de Pós-Graduação Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa (FFLCH, USP). Autor de Crimes de Festim: ensaios sobre Agatha Christie (2017), José Saramago: literatura contra mercadoria (2021) e Pedra, Penha & Penhasco: a invenção do arcadismo brasileiro (2023), dentre outros.