O workshop tem, como tema comum, o contato entre a língua portuguesa e línguas africanas no contexto da escravatura e será administrado pela Profa. Dra. Christina Märzhäuser (LMU Munique/Universidade de Mannheim).
9 Abril, 14h - 17h: "Introdução à Lingua Geral de Mina: contexto sociohistórico"
10 Abril, 14h - 17h: "Análise semântica da obra de Peixoto"
11 Abril, 14h - 17h: "O substrato africano no crioulo do Cabo Verde"
A primeira parte discute a existência de uma variedade do contínuo Ewe-Fon (Oeste-Africana) no Brasil no século XVIII, documentada através do glossário "Obra Nova da Língua Geral de Minas" de Antonio da Costa Peixoto (1741).
Introduz este documento importante, testemunho do contributo africano à realidade linguística no ciclo de ouro em Minas Gerais. Traz informações sobre o seu autor Antonio da Costa Peixoto, escrivão e juiz de vintena de origem portuguesa. Discute o contexto social em que surgiu essa obra, relacionando os conteúdos semânticos da "Obra Nova" com as estruturas sociais de Minas Gerais da época da escravatura, os relacionamentos heterogêneos entre os diferentes grupos populacionais.
A segunda parte aborda a criação de uma língua crioula de base lexical portuguesa, nomeadamente o Crioulo de Cabo Verde (Variante de Santiago), discutindo alguns aspetos gramaticais (conjunções, domínio nominal, domínio verbal), que refletem a reestruturação que surgiu sob a influência de línguas de substrato africanas no processo da gênese dessa língua crioula