Fascismo é discutido em seminário realizado na FFLCH

Com o evento, pretende-se perguntar até que ponto a categoria de “fascismo” ajuda a entender o momento atual. Para explorar a questão, foram organizadas quatro mesas, no mês de novembro, com convidados brasileiros e estrangeiros

Por
Eliete Viana
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Editoria

 

Fascismo
Imagem: Ciro Saurius


No mês de novembro, nos dias 4, 18, 23 e 25, sempre às 18h, será realizado o seminário Fascismo: ontem e hoje?, de forma on-line e com transmissão ao vivo pelo canal da FFLCH no YouTube

Como o título do evento indica, pretende-se perguntar até que ponto a categoria de “fascismo” ajuda a entender o momento atual. Para explorar a questão, organizou-se quatro mesas que tratam de diferentes dimensões do problema – o significado histórico e teórico do fascismo; as atuais redes da extrema-direita e o uso da internet por parte da extrema-direita; como caracterizar esta extrema-direita e, em particular, o bolsonarismo – que mobilizam tanto pesquisadores brasileiros como estrangeiros. 

A motivação principal aí é promover um diálogo que chame a atenção para aquilo que é particular e geral na recente ascensão da extrema-direita no Brasil.

Segundo um dos organizadores do evento, Vladimir Puzone, que é doutor em Sociologia pela FFLCH e atualmente é pós-doutorando na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as discussões sobre o fascismo têm ganhado nova importância nos últimos anos.

Pois, a ascensão de grupos e de governos de extrema-direita em países com diferentes condições políticas e econômicas fez com que o termo fascismo voltasse a ser amplamente utilizado. Mas, para ele, apesar da retomada do termo, restam muitas questões sobre sua pertinência para compreender e combater aqueles grupos e governos. Entre essas questões, é possível destacar as seguintes:

"Quais as semelhanças e diferenças entre seus usos atuais e as discussões que atravessaram o século XX, período que assistiu ao florescimento de movimentos e regimes mais ou menos próximos ao modelo italiano, a origem de todos eles? Será que esse é mesmo um termo adequado para se compreender o que está acontecendo? Seria o fascismo um movimento e uma ideologia datados no tempo, isto é, vinculados à primeira metade do século XX? Ou estaríamos diante de formas renovadas de suas manifestações? A inspiração do seminário é mais do que dar resposta a essas questões avançar no debate a respeito delas. Pensamos, assim, entender melhor o difícil momento que estamos vivendo". 

Mesas 

A mesa 1, que tem o tema Fascismo: teoria e história, no dia 4, tem a participação de Gabriel Cohn, professor emérito do Departamento de Ciência Política da FFLCH-USP, e Dylan Riley, professor da Universidade da Califórnia – Berkeley, Estados Unidos, e membro do comitê editorial da New Left Review, com mediação de Bernardo Ricupero, professor do Departamento de Ciência Política FFLCH-USP.

A mesa 2, no dia 18, com o tema ​​​​As redes da extrema direita, a extrema direita nas redes, discute um fenômeno recente, o uso da internet pela extrema direita, e uma questão antiga, as articulações internacionais da extrema-direita. Este debate conta com a participação de Manuela Caiani, professora de Ciência Política na Escola Normal Superior de Pisa, Itália, e Letícia Cesarino, professora de Antropologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

No dia 23, será discutido qual é a melhor caracterização do momento atual na mesa 3, O nome e a coisa: fascismo, populismo, destruição? O debate será feito por Nadia Urbinati, professora de Teoria Política na Universidade de Columbia – Nova Iorque, Estados Unidos, e Renato Lessa, professor de Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

O evento finaliza no dia 25, na mesa 4, com o tema Pode o bolsonarismo ser considerado um fascismo?, com o professor André Singer, do Departamento de Ciência Política FFLCH, e com Armando Boito, também docente da mesma área, mas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e mediação da professora Paula Marcelino, do Departamento de Sociologia da FFLCH.

O evento é uma iniciativa de diferentes centros de pesquisa, como o Centro de Estudos da Cultura Contemporânea (CEDEC), Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (CENEDIC) – um centro interdepartamental de pesquisa vinculado à FFLCH-USP, Centro de Estudos Marxistas (CEMARX) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT – INEU) e conta com o apoio para a tradução simultânea do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da FFLCH-USP e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

As mesas do seminário serão realizadas nos dias 4, 18, 23 e 25, todas no mesmo horário, às 18h. As três mesas com convidados estrangeiros contarão com tradução simultânea e aqueles que assistirem poderão solicitar atestado de participação como ouvintes durante a transmissão. 

Veja, abaixo, o link para cada mesa do seminário ou acesse o evento pela playlist criada no canal da FFLCH no YouTube
 

FASCISMO (cartaz)