Eleição dos representantes discentes da FFLCH acontece entre os dias 20 e 24/01

São mais de 70 vagas junto aos diversos órgãos colegiados da Faculdade. Estudantes de graduação e pós-graduação comentam a mobilização que fizeram para a inscrição e a importância da representação

Por
Eliete Viana
Data de Publicação

Representação discente
Arte e edição: Bruna Correia/FFLCH-USP


Nos dias 20, 21 e 24 de janeiro, serão realizadas as eleições dos representantes discentes (RDs) – Graduação e Pós-Graduação – para as mais de 70 vagas junto aos diversos órgãos colegiados da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

A eleição será realizada, nos termos da Portaria FFLCH n° 10/2021 de 25.10.2021 e retificações, pelo sistema eletrônico de votação da USP, das 9h às 23h59min, e totalização de votos, nos dias abaixo para os colegiados listados:
20/01/2022 – Colegiados: Congregação (letras a); Conselho Técnico Administrativo - CTA (letra b); Conselhos Departamentais (letras j); Conselho de Biblioteca (letra k); 
21/01/2022 – Colegiados: Comissão de Graduação - CG (letra c); Comissão de Cultura e Extensão - CCEx (letra d), Comissão de Pós-Graduação - CPG (letra g); Comissão de Pesquisa – CPq (letra e); Comissão de Cooperação Internacional – CCInt (letra f);
24/01/2022 – Colegiados: Comissões Coordenadoras dos Programas de Pós-Graduação - CCPs (letra i); Programa de Aperfeiçoamento do Ensino – PAE (letra h).

Poderão votar e ser votados os alunos regularmente matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação da FFLCH-USP. O link e as informações da votação on-line serão enviados pela Assistência Acadêmica para os e-mails dos discentes. 

Veja aqui a relação dos estudantes de graduação e pós-graduação inscritos para as eleições de representante discente junto aos diversos órgãos colegiados da Faculdade. 

Mobilização 

As inscrições para os candidatos aos cargos de representantes discentes foram recebidas até o dia 7 de janeiro, após prorrogação no prazo inicial.

"Não ocorreram as eleições em dezembro e elas ficaram para semana que vem, agora em janeiro. Nesse meio tempo fomos buscando candidatos para esses colegiados que não tinham inscritos, um pouco trabalho de formiguinha, procurando indicados pelas pessoas que conhecíamos [e também com a solicitação de envio de e-mails aos alunos pelas listas da Faculdade e posts nas redes sociais]. Na pós-graduação isso foi feito mais intensamente pelo Tulio Ferreira Leite da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Linguística, membros do CAF (Centro Acadêmico da filosofia) também participaram", conta Tales Almeida Mançano Fernandes, estudante de Ciências Sociais e um dos atuais representantes na Congregação. 

De acordo com Fernandes, tradicionalmente, a organização para as candidaturas é feita em conjunto com as entidades estudantis. Mas, desta vez foi promovida uma reunião aberta e virtual, realizada na última sexta-feira, dia 7, justamente para alcançar o maior número de discentes da FFLCH, entre os mais de 11 mil da graduação e pós-graduação. 

Na reunião, foram apresentados o processo de eleições, direitos e responsabilidades dos representantes discentes. A conversa juntou representantes discente (RDs) já atuantes, inscritos e interessados em se inscrever pra RD.

"Nela, conseguimos mobilizar interessados dos programas que ainda não tinham inscritos de forma que, ao fim do dia, quando se encerrou as inscrições, apenas duas comissões, de cerca de 70 vagas de colegiados que existem na faculdade não tinham inscritos. (...) Tivemos um resultado muito surpreendente, não imaginava que conseguiríamos mobilizar os estudantes de quase todos os programas e departamentos da faculdade", analisa Fernandes, que também foi suplente, até novembro de 2021, na Comissão de Pesquisa. 

A gravação da reunião pode ser assistida no link.

Próximos passos 

Agora, para o estudante de Ciências Sociais, o próximo passo "é articular a atuação de novos RDs e conseguir levar as nossas pautas e projetos o mais longe possível, debatendo a importância delas em cada um dos colegiados, desde os departamentos e CCPs [Comissões coordenadoras de programas de pós-graduação], passando pelas comissões e pela Congregação e se organizar até mesmo com os RDs dos conselhos centrais quando necessário", planeja.

Um dos atuais RDs da Congregação, ele se candidatou para Congregação, Conselho Técnico Administrativo (CTA), Comissão de Graduação e Conselho Departamental - Sociologia e elenca as pautas deste novo mandato que se iniciará, as quais envolvem principalmente uma aplicação do acesso e a permanência na universidade. 

"Na graduação, queremos que seja considerado um critério para parte das bolsas de IC [iniciação científica] fatores como a raça, o tipo de escola que a estudante frequentou no EM [Ensino Médio] e a condição socioeconômica. Na pós-graduação, as pautas envolvem cotas nos processos seletivos para os programas de e um programa de permanência (como o PAPFE, administrado pela SAS, que beneficia os estudantes de graduação). Em ambos os casos é preciso ampliar a participação dos estudantes nos colegiados e que esses representantes se articulem entre si e o corpo discente como um todo para ter uma participação mais significativa e qualificada nesses colegiados. Dando voz a essas pautas e conhecendo a regulação e o (complexo) funcionamento da universidade de forma a conseguir pautar suas demandas no espaço apropriado e com a articulação necessária para fazer essas mudanças. Por vezes, o desconhecimento sobre onde cada decisão pode ser tomada e quem é responsável pelo que, dificulta a concretização das pautas dos discentes", diz.

Primeira experiência

Na Pós-Graduação, uma das candidatas inscritas é a doutoranda Mariana Diniz Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira. A estudante lembra que o programa passou um tempo sem representação discente. Por isso, ela, como suplente, e o doutorando Eduardo Marinho da Silva como titular, resolveram ser representantes no ano de 2021. Ela achou a experiência interessante e se candidatou novamente por ter boas expectativas sobre a contribuição da representação. 

Segundo ela, na pós-graduação há uma percepção de que "ficamos ainda mais isolados, cada um voltado pra sua pesquisa, e a pandemia exacerbou essa sensação". A discussão sobre a participação surgiu dentro de um grupo dos alunos de pós-graduação do programa, que edita a Revista Opiniães, no qual começou-se a pensar na importância de ter uma representação discente para opinar nas reuniões e no direcionamento das bolsas, por exemplo. 

Mariana destaca que, em uma das reuniões realizadas em 2021, foram discutidas questões importantes, como a abertura de novas vagas de mestrado e doutorado para este ano de 2022. Por estarem participando da reunião, mesmo que virtualmente, ela e o representante titular debateram e colocaram argumentos com o olhar dos estudantes e até pleitearam uma verba para a publicação da revista dos alunos. 

Durante este último ano de representação, também enxergaram a necessidade do programa ter um grupo de estudos dos alunos, que não ficasse focado somente nas pesquisas dos estudantes e pudesse abordar outros temas. A ideia já foi colocada em prática no final do último ano com a formação de um grupo e as reuniões realizadas uma vez por mês. 

Para ela, a experiência na representação discente foi positiva. "Poder ter voz como aluna foi muito bom. Eu gostei da experiência. Foi uma coisa de me sentir me envolvendo mais ainda com as tantas outras dimensões da vida universitária. Foi uma experiência rica pra mim", frisa Mariana. Ela estimula a participação dos estudantes contando que quando ela não sabe uma questão ela pergunta no grupo de WhatsApp da rede de RDs da FFLCH que foi formada, a qual ela acredita ser importante também para trocar experiências e aprender sobre as atividades acadêmicas dos outros programas e cursos, por exemplo. 

"O principal ganho foi não deixar este lugar importante de representação discente vazio. Iniciar uma unidade entre os alunos. Sair deste lugar, deste sentimento de que estamos muito isolados cada qual com sua pesquisa, sem diálogos com os demais, a não ser com o orientador (...), o que possibilita uma convivência entre os estudantes, que facilita e torna mais agradável esta fase", pontua. 

Em 2022, ela ressalta que apesar de ser titular desta vez, a nova chapa, formada com o suplente Rafael Bonavina Ribeiro, vai atuar em parceria, dividindo a responsabilidade, assim como fez com seu outro colega quando ela foi a suplente.

Confira a página da representação discente da Faculdade e também a página de Colegiados do Portal de Dados da FFLCH, na qual podem ser vistos os nomes de todos os representantes da Faculdade nos diversos órgãos colegiados: docentes, estudantes e funcionários.