Aluna da FFLCH apresenta trabalho de iniciação científica em universidade da Holanda

Lóri está no último semestre da licenciatura em Filosofia e foi uma dos 5 selecionados para o Project Presentation Day após receber menção honrosa na Etapa Internacional do SIICUSP
Por
Isadora Batista
Data de Publicação
Editoria
Foto: Acervo Pessoal/Lóri Sanz
Foto: Acervo pessoal/Lóri Sanz

A estudante da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Lóri Estevez Sanz, e outros quatros alunos apresentaram seus trabalhos de iniciação científica na Universidade de Groningen, na Holanda.

No Project Presentation Day, realizado no dia 16 de junho, Lóri apresentou um pôster sobre seu trabalho “Assombrologia como uma forma de solução da incapacidade de inovação formal no pós-modernismo”, realizado com a bolsa CNPq e orientação do professor Ricardo Fabrini.

Para a aluna, a realização de iniciação científica é importante para a formação acadêmica dos estudantes: “É uma oportunidade de aprendizado muito grande, aprendi muito fazendo. Foi muito interessante ainda que eu consegui encontrar um tema que eu gostei de estudar e consegui encontrar um professor que estava disposto a estudar aquele tema junto comigo. A experiência da iniciação científica vale muito a pena”.

Lóri está no último semestre da licenciatura em Filosofia e recebeu menção honrosa no 32º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP) na Etapa Internacional.  “Eu nem estava pensando que poderia ser algo maior. Achei muito legal receber esse reconhecimento, porque quer dizer que estamos fazendo um bom trabalho, pesquisando e apresentando de uma forma boa”, explica. 

Após a premiação, a aluna preencheu um formulário de seleção dos premiados para apresentação na University College Groningen (UCG), em que deveria explicar sobre sua pesquisa e responder algumas perguntas em inglês.

Ela conta que ficou surpresa ao ser selecionada: “Filosofia é um curso muito desvalorizado na sociedade brasileira e mundial. Achei que não iriam escolher alguém de filosofia. Haviam outros cursos mais valorizados, então eu não sabia se iriam dar atenção pra isso”. Apesar da incerteza, a estudante concluiu sua inscrição e logo depois foi chamada para a etapa de entrevista que a levou a ser uma das cinco pessoas escolhidas.

Foto: Acervo Pessoal/Lóri Sanz
Foto: Acervo pessoal/Lóri Sanz

Representando a USP

O evento internacional é uma colaboração entre a USP e a UCG para promoção de intercâmbio de experiências entre alunos brasileiros e estrangeiros. Anteriormente, na Etapa Internacional do SIICUSP, alunos da universidade holandesa vieram para o Brasil e apresentaram seus trabalhos junto aos alunos da USP, conheceram o campus e a cidade de São Paulo.

Ao lado das professoras Katiucia Batista da Silva Paiva (Instituto Ciências Biológicas) e Nathália Helena Azevedo Pereira (Instituto de Biociências), os selecionados da USP viajaram para Holanda e, além de apresentarem seus trabalhos, conheceram a cidade, a cultura local e realizaram visitas técnicas nos campus da universidade. “Foi muito legal, porque eu consegui firmar muitos contatos com estudantes e professores de lá que têm pesquisas parecidas com a minha”, conta.

Foto: Acervo pessoal/Lóri Sanz
Foto: Acervo pessoal/Lóri Sanz

A pesquisa de Lóri relaciona a análise de Fredric Jameson e Mark Fisher sobre a cultura contemporânea e da pós-modernidade. “Fredric Jameson fala em termos muito gerais que a nossa cultura atual é incapaz de gerar novas formas, de criar novas formas. Nós estamos presos em uma nostalgia, mas não uma nostalgia sentimental, o que ele chama de nostalgia é mais uma repetição das formas artísticas do passado. Nós não conseguimos criar novas formas”, Lóri explica que Mark Fisher usa o conceito de assombrologia para afirmar uma solução para essa incapacidade. O tema trata de situações da atualidade e é importante para quem pensa cultura, estética e sociedade.