FFLCH recebe Ilan Pappe para palestra e lançamento do seu novo livro

O professor da Universidade de Exeter discutiu a questão palestina e promoveu o livro A Maior Prisão do Mundo: uma história dos territórios ocupados por Israel na Palestina
Por
Maria Fernanda Friano
Data de Publicação
Editoria

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Na terça feira, dia 5 de agosto, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) recebeu o Historiador Israelense Ilan Pappé, que promoveu o lançamento do seu livro A Maior Prisão do Mundo: uma história dos territórios ocupados por Israel na Palestina (Editora Elefante, 384 páginas). O evento foi promovido pelo Centro de Estudos Palestinos (CEPal) da FFLCH, na Casa de Cultura Japonesa, e a mediação foi feita por Arlene Clemesha, diretora do CEPal e professora do Departamento de Letras Orientais, e Lissa Marchesini, aluna da pós graduação e representante discente.  

A mesa foi aberta pelo diretor da FFLCH, Adrián Pablo Fanjul, que se manifestou sobre o pedido de anulação do evento de promoção do livro. Esse se seguiu com a declaração de Pappé sobre as tentativas de cancelamento de seus eventos, o professor lamentou os ataques e a delimitação da liberdade de expressão nos centros universitários. Além disso, o historiador discutiu o fato de que as manifestações da causa palestina serem interpretadas como antissemitismo ou negação do holocausto.

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O evento também contou com a promoção do livro A Maior Prisão do Mundo: uma história dos territórios ocupados por Israel na Palestina
Foto: Maria Fernanda Friano / Serviço de Comunicação Social

De acordo com o pesquisador, o conflito entre Israel e Palestina tem muitas raízes históricas complexas. As questões históricas vem desde a segunda guerra mundial, além da rivalidade entre os dois povos ter motivações bíblicas, territoriais e raciais. Após contextualizar a história da discussão, Ilan Pappé explica as supostas soluções elaboradas, as reações perante elas e os motivos pelos quais o conflito não é de simples resolução. A discussão se estendeu sobre o anticolonialismo e o imperialismo, o autor do livro diz que o processo de decolonização é naturalmente violento, assim como os processos de colonização. “Quando as pessoas dizem que o problema é os ataques do Hamas a Israel em outubro ou o atual genocidio em Gaza, eles estão falando sobre os sintomas da violência, e não sobre a origem da violência, é como tratar uma doença pelos seus sintomas” afirma Pappé. 

O evento se seguiu com uma declaração da representante dos estudantes, Lissa Marchesini, que em sua fala leu o prefácio de um dos livros do convidado, "Dez Mitos Sobre Israel". O encerramento da apresentação foi uma seção de perguntas e respostas sobre a temática, na sequência Ilan Pappé distribuiu autógrafos nos exemplares de seu novo livro. Em entrevista para a equipe da Comunicação Social da FFLCH, o diretor Adrián Fanjul falou sobre a importancia do evento para a Faculdade “A importancia da discussão se dá por que o genocídio que está acontecendo hoje na Palestina afeta o conjunto da humanidade, pelo modelo que está sendo imposto na região. A importância para o Brasil se dá por toda uma corrente de extrema direita no mundo, que tenta impor uma mudança completa nas relações exteriores, por exemplo as tentativas de impor ao Brasil sanções por impor a justiça dentro do seu território”.

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A mesa foi composta, da esquerda para a direita, pelo prote discente Lissa Marchesini,o autor Ilan Pappéfessor Jean Tible, a representan, o diretor Ádrian Fanjul e a diretora do CEpal Arlene Clemesha.
Foto: Gabriela César / Serviço de Comunicação Social