Pesquisa de mestrando do Diversitas avalia os resultados das políticas de ações afirmativas

Para investigação, o pesquisador está coletando respostas, em formulário google, de pessoas que se identifiquem como negras (pretas ou pardas), tenham concluído a graduação em qualquer área, através do ProUni ou por cotas raciais

Por
Eliete Viana
Data de Publicação
Editoria

cotas
Reunião de pessoas durante manifestação sobre cotas na USP, no ano de 2016 - Foto: Marcos-Santos / USP Imagens 


O mestrando Valdeci Antonio dos Santos, do Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades, está desenvolvendo uma pesquisa sobre as políticas de ações afirmativas. 

O intuito é investigar se as políticas de ações afirmativas, que envolvem política de cotas raciais para acesso à universidade pública e o Programa Universidade para todos (Prouni), cumprem seus objetivos de promover a ascensão social de seus beneficiários, contribuindo para a redução das desigualdades raciais, combatendo o preconceito e discriminação racial.

Para esta investigação, o mestrando está coletando respostas de pessoas que foram beneficiadas por estas políticas, através de um questionário em formulário google, cujo tempo estimado para preenchimento é de aproximadamente 20 minutos.

Os pré-requisitos para responder ao questionário são:
⇒Ser uma pessoa que se identifica como negra (preta ou parda),
⇒Ter concluído a graduação em qualquer área, através do ProUni (em instituições privadas) ou por cotas raciais (em instituições públicas).


O questionário poderá ser respondido até o dia 31 de março. Pois, o pós-graduando precisa começar a analisar os dados coletados para finalizar a dissertação do mestrado. Quem preencher os pré-requisitos e se interessar em participar pode solicitar o link do formulário google por e-mail para o pós-graduando, com o assunto Pesquisa de mestrado: valdeci59santos@gmail.com ou pelo WhatsAppp: (11) 9.8167-2015. 

 

mosaico ações afirmativas


Motivação

A motivação para Valdeci Antonio dos Santos realizar uma pesquisa sobre este tema surgiu por ele ser um beneficiário de políticas de ações afirmativas. 
 

"Sou negro de origem social economicamente baixa, vim do interior da Bahia com o Ensino Médio (antigo 2º grau). Trabalhei como operador de máquinas nas indústrias químicas e farmacêuticas. Quando já não tinha mais esperança de fazer um curso superior, surgiu o ProUni, fui aluno de Licenciatura em História (2006-2008), depois fiz Biblioteconomia na USP [Na Escola de Comunicações e Artes (ECA)]. Esta foi a motivação para a escolha deste tema, pois tive experiências de discriminação e preconceito ao longo da vida, e considero que obtive uma mudança do padrão de vida em função do ProUni. Então passei a me perguntar se outras pessoas tiveram o mesmo resultado, a partir das ações afirmativas.", explica Santos, que atualmente é servidor público da Prefeitura Municipal de São Paulo, trabalhando como bibliotecário no CEU Guarapiranga.


Após a coleta e a análise dos dados, o pesquisador pretende verificar quais os sentidos que as pessoas dão à questão da ascensão social, se tal ascensão vai além do econômico e financeiro, e se fortalece o sentimento de identidade da população negra e se aumenta a representatividade deste grupo.

Essa pesquisa é realizada no Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades, que é gerido pelo Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos (Diversitas), vinculado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), sob a orientação do professor Reinaldo Miranda de Sá Teles, da ECA.