O evento é idealizado pela vice-reitora da USP e ex-diretora da FFLCH, Maria Arminda do Nascimento Arruda, "e tem como objetivo pensar a universidade sob o prisma da inovação, das políticas públicas, pensando questões centrais do Brasil"
Na próxima semana, entre os dias 29 de agosto e 2 de setembro, a USP realiza a primeira edição do USP Pensa Brasil, evento que reúne uma programação diversificada em prol da difusão e democratização do conhecimento produzido na Universidade. Ao todo, cerca de 60 atividades serão desenvolvidas em diversos locais do Campus Butantã, na capital paulista. Durante cinco dias de atividades, o público contará com conferências, debates, painéis, exposições, atividades artísticas e o lançamento de publicações inéditas. Todas as atividades do USP Pensa Brasil têm acesso gratuito e as inscrições para atividades com certificado devem ser feitas on-line.
O Projeto USP Pensa Brasil tem idealização, curadoria e coordenação geral da vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, professora do Departamento de Sociologia e ex-diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
“A universidade diante da crise brasileira tem de ser uma interlocutora importante das questões sociais. Isso porque nós temos a ideia de que a Universidade é uma agência civilizatória e a universidade pública tem um papel social importante nisso. [Por isso, um dos objetivos do evento é] Pensar a universidade sob o prisma da inovação, das políticas públicas”, ressalta Maria Arminda.
A dirigente lembra que, inicialmente, este projeto tinha sido imaginado para ser realizado na FFLCH quando ela foi diretora [2016 a 2020] e acabou sendo incluído no programa da atual gestão reitoral. E agora o seminário foi construído, absorvendo várias outras iniciativas, como a efemérides deste ano, os 200 anos da Independência do Brasil e os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 22.
De acordo com Maria Arminda, o formato do USP Pensa Brasil foi organizado pensando questões centrais do Brasil, de professores da USP pensando questões fundamentais do País e também convidar pessoas que pensam o Brasil, mas não necessariamente estão dentro da Universidade, como Ailton Krenak e Padre Júlio Lanceloti, por exemplo.
“É uma iniciativa muito grande com debates, painéis, atividades culturais, que tem como fim a construção de um centro para reflexão sobre o Brasil. Temos de pensar diferentes pessoas da vida cultural e artística brasileira neste processo de pensar o Brasil. A universidade numa relação estreita com as questões do País, articulando uma reflexão que saia da Universidade e ao mesmo tempo numa relação com a agenda pública brasileira”, destacou.
Maria Arminda pontua também dois lançamentos institucionais que irão acontecer durante a semana. Um deles é o Programa USP Diversa, no dia 31 de agosto, às 14h: “porque após a implantação de políticas afirmativas, agora nós temos de pensar a permanência estudantil também”. E o outro é o Observatório USP das Instituições, dia 2 de setembro, às 18h, cuja ideia é que seja um espaço para ampliar as discussões do Seminário USP Pensa Brasil e fazer uma constante reflexão sobre o Brasil.
Seminário
Além de Maria Arminda, outros docentes e órgãos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) são destaques da programação também.
A primeira participação de membros da FFLCH é no Seminário USP Pensa Brasil, que será realizado no Auditório István Jancsó, no Espaço Brasiliana. Entre palestrantes, debatedores e mediadores, serão 25 convidados refletindo sobre impasses e alternativas para que a sociedade brasileira pense o seu presente, refletindo o passado e prospectando o futuro. As temáticas percorrem reflexões sobre o Brasil contemporâneo, sobre as desigualdades econômicas e sociais, a democracia, as questões ambientais brasileiras e os desafios da cultura moderna.
Na lista de participantes da FFLCH estão os docentes Lilia Schwarcz e André Singer, ambos no dia 29, e que são, respectivamente, do Departamento de Antropologia e de Ciência Política; Marta Arretche, no dia 30; Maria Herminia Tavares de Almeida, no dia 31, ambas do Departamento de Ciência Política; e José Miguel Wisnik, docente do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, no dia 2 de setembro.
A programação do seminário é precedida pela leitura de fragmentos de grandes obras brasileiras que serão interpretadas por artistas convidados e estudantes de diversas áreas. Entre as obras, figuram em destaque: Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda ; Geografia da Fome, de Josué de Castro; Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, Ideias para Adiar o Fim do Mundo, de Ailton Krenak; Macunaíma, de Mario de Andrade e muitas outras. Para a abertura e encerramento do Seminário, Chico Buarque e Maria Bethânia, gravaram em vídeo, especialmente para o evento, as leituras de fragmentos de Raizes do Brasil e Macunaíma.
Congresso
A Cátedra Jaime Cortesão da FFLCH está à frente do Congresso Internacional Independência: processo, personagens e interpretações que vai reunir especialistas do Brasil e do exterior para discutir o sentido e as limitações resultantes da Independência conquistada em 1822 que também acontecerá durante a semana de 29 de agosto a 2 de setembro.
Neste congresso, há a participação de 12 professores do Departamento de História: Carlos Guilherme Mota, Fernando Novais; João Paulo Pimenta; Gabriela Pellegrino; Horacio Gutierrez; José Jobson A. Arruda – que participará como conferencista e também lançando o livro Planos para o Brasil & Projetos para o mundo: o novo Imperialismo britânico e o processo de Independência (1800-1831), Editora Alameda – ; Vera Lucia Amaral Ferlini; Iris Kantor; Luiz Bernardo Pericás; Rafael Marquese; Miriam Dohlnikoff; e Laura de Mello e Souza.
Teses e Dicionário
Outro destaque da programação do evento é a culminância dos resultados do Projeto 3x22, que propõe um encontro de temporalidades entre a Independência do Brasil (em 1822), a Semana de Arte Moderna (1922) e o tempo presente (2022), a fim de buscar na história a reflexão para os desafios do presente. Na agenda deste projeto figuram apresentações de oito teses premiadas sobre estas duas primeiras datas comemorativas, quatro de cada uma, no dia 30 e no dia 31.
Duas das quatro teses premiadas sobre o bicentenário da Independência foram desenvolvidas e defendidas no Programa de Pós-Graduação em História Social da FFLCH. A primeira é No calidoscópio da diplomacia: formação da monarquia constitucional e reconhecimento da Independência e do Império do Brasil, 1822-27, de autoria de Guilherme de Paula C. Santos; e a segunda é Temporalização dos discursos políticos no processo de independência do Brasil, 1820-22, de Rafael F. Dias Resende.
No dia 1º de setembro, haverá o lançamento do Dicionário da Independência do Brasil: História, Memória e Historiografia, com organização da professora Cecília Helena Salles Oliveira, do Museu Paulista, e do professor João Paulo Pimenta. E dois professores do Departamento de Filosofia da Faculdade vão participar do ciclo de painéis do Programa Eixos Temáticos USP em Pauta (Proetusp): Cicero de Araujo e Vladimir Safatle, no dia 31 de agosto, que tem o intuito de tratar de questões centrais do Brasil para pensar políticas públicas.
A semana contará também com diversos painéis, mesas de debate e atividades culturais espalhadas pelo Campus. A Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação é a responsável pelo ciclo de debates USP na pesquisa e inovação no século XXI e pela exposição Você e a USP: a Universidade de São Paulo Sempre Presente em sua Vida (Sala BNDES), destacando pesquisas realizadas na Universidade que estão presentes no cotidiano de todos os brasileiros.
As inscrições para o seminário USP Pensa Brasil e outros detalhes podem ser conferidos no site do evento. E a programação completa pode ser conferida aqui.
Com informações do USP Pensa Brasil
