Faculdade constitui Comitê assessor da direção

Por
Eliete Viana
Data de Publicação


 

/P~/P´]/
 (Da esquerda para direita) Sentados: Os professores Fernando Antonio Novais, Maria Arminda do Nascimento Arruda e Diana Luz Pessoa de Barros; em pé: Wanderley Messias da Costa, Sérgio Adorno, Eunice Ribeiro Durham, José Reginaldo Prandi e Brasílio João Sallum Júnior  (Foto: Carlos Roberto Xavier / SCS-FFLCH)


Na tarde do dia 18 de abril, a diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, reuniu-se com alguns professores seniores, eméritos e um ex-diretor da Unidade. O objetivo foi constituir o Comitê Assessor da Direção para auxiliar e atuar no aconselhamento de questões da Unidade. A escolha dos professores para compor o comitê deve-se aos anos de experiência e contribuição tanto com a Faculdade quanto com a Universidade.

A criação do comitê vai ao encontro das propostas do Programa de Ação Acadêmica da diretora e do vice-diretor, Paulo Martins, para a gestão 2016-2020 da Faculdade. No programa está expressa a vontade de resgatar os valores coletivos e o sentido da comunidade acadêmica, do revigoramento dos órgãos de representação da Unidade, como os conselhos, colegiados, congregação etc; e o anseio de manter a integração entre as diversas áreas da FFLCH.

Patrimônio intelectual

“Os nossos professores carregam um patrimônio intelectual e moral da Faculdade, que é parte da nossa história e que devemos absorver”, declara Maria Arminda sobre a importância do comitê que, para ela, “contribuirá para revigorar o respeito e a consideração das relações acadêmicas”.

Sete professores participaram desta primeira reunião: Brasílio João Sallum Júnior, José Reginaldo Prandi e Sérgio Adorno, do Departamento de Sociologia; Diana Luz Pessoa de Barros, do Departamento de Linguística; Eunice Ribeiro Durham, do Departamento de Antropologia; Fernando Antonio Novais, do Departamento de História; e Wanderley Messias da Costa, do Departamento de Geografia.

Inicialmente, a diretora agradeceu a participação de todos e perguntou aos convidados sobre qual deveria ser o caráter do grupo, se formal ou informal, e como gostariam de contribuir com a Unidade. Maria Arminda fez comentários sobre alguns fatos ocorridos e iniciativas realizadas desde o início da gestão, em setembro de 2016, como, por exemplo, as reuniões que ela e o vice-diretor estão fazendo com os estudantes de graduação e da pós-graduação.

Durante a conversa, os docentes apresentaram suas opiniões sobre a situação da Faculdade, da USP e também da sociedade atual. Sérgio Adorno, que foi diretor da Faculdade, no período de 2012-2016, lembrou-se de iniciativas feitas nos seus dois primeiros anos, com o intuito de ampliar o diálogo e lamentou o fato de muitas vezes a direção só ser questionada por assuntos que não são decididos em sua alçada, mas sim na Reitoria.

“Este encontro é uma boa iniciativa”, afirmou a professora Diana, que se colocou à disposição da direção e sugeriu que o comitê funcionasse como “um grupo de conversa para o qual a diretora pudesse recorrer e chamar em situações de crise”. O caráter informal também foi uma opinião manifestada por Fernando Novais e corroborada pelos outros participantes.

Tolerância e integração

O professor José Reginaldo Prandi afirmou que, quando atuava na graduação, sentia ter mais tolerância na Unidade. Mas, para Diana, as crises sempre existiram nas Faculdades e nas Universidades e, por isso, não acredita que a intolerância e a falta de diálogo aconteçam somente por aqui. “Porque isso aumentou no país como um todo, principalmente no último ano”, destacou a docente que desenvolve pesquisas sobre intolerância e preconceitos linguísticos.

Sobre essa questão, Wanderley Messias ressaltou que a Unidade é “uma caixa de consonância dos assuntos de fora, pois os problemas e disputas da sociedade brasileira são trazidos e refletem nas questões internas também”. Novais, por sua vez, lembrou um pouco sobre a origem da criação das universidades no mundo, citando os modelos de universidades na França e na Itália, por exemplo, e as diferentes identidades.

Diana comentou que a Unidade têm suas características específicas e não deve perdê-las. A docente também sugeriu o desenvolvimento de um projeto que envolvesse os professores de várias áreas da Faculdade, os estudantes e os funcionários, para que a instituição atue cada vez mais como uma Unidade mesmo. E, a professora Eunice atentou para o fato de que a Faculdade deve dialogar mais com as outras esferas da Universidade para não ficar isolada. Em acordo ao que as duas docentes falaram, Brasílio ressaltou que “é preciso agregar as áreas dentro da FFLCH e fora dela”.

Para finalizar, Prandi sugeriu que as reuniões não deviam ser feitas somente nos momentos de crise, mas sim ter alguns encontros pré-agendados, mantendo uma regularidade. Uma opinião com a qual todos concordaram e, por isso, até o final do semestre, será realizado outro encontro para os docentes e a direção conversarem.