Ecos de 1968 – 50 anos depois

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Centro Universitário Maria Antonia (CEUMA). Rua Maria Antonia, 258 e 294, Vila Buarque, São Paulo
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Descrição

USP promove série de eventos, gratuitos e abertos ao público, no histórico prédio do Centro Universitário Maria Antonia
Por Michel Sitnik

O Centro Universitário Maria Antonia (CEUMA) da USP recebe, de 2 a 5 de outubro, a série de eventos Ecos de 1968 – 50 anos depois, que resgata com diferentes elementos a memória dos episódios ocorridos no local em outubro 1968, conhecidos como a Batalha da Maria Antonia.

Os confrontos, que no dia 2 completam 50 anos, foram protagonizados por estudantes da USP e do Mackenzie e por policiais militares, tendo resultado na morte de um estudante secundarista e deixado dezenas de feridos. Pouco tempo depois, o governo militar utilizou o fato como um dos pretextos para o endurecimento do regime, promulgando o Ato Institucional número 5.

Ecos de 1968 tem a intenção de marcar esse aniversário utilizando elementos da arte e da cultura, como filmes, leituras cênicas, performances, apresentações musicais, videomapping e exposições, além do relançamento de livros históricos e mesas de debates que reunirão algumas das pessoas que vivenciaram aquele ambiente.

Para a coordenadora geral do evento, professora Margarida Kunsch, “o público terá a oportunidade não só de conhecer mais sobre essa história, mas também de entender melhor como ela se relaciona com o contexto da época e o ambiente social, político e universitário dos anos 1960 e 1970. Será um momento de reflexão e de sensibilização sobre a importância da democracia  e as problemáticas de sua ausência para uma sociedade e uma nação”.

Já para a diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Maria Arminda do Nascimento Arruda, “a partir de 68, tudo se alterou. A USP se transforma brutalmente, pois a concepção de universidade não é mais aquela que estava encarnada na Faculdade de Filosofia, a instituição envolvida com a chamada Batalha da Maria Antonia. Sendo que para a sociedade, não é nem necessário falar muito, as consequências são o fechamento político e a ditadura, que já apontavam para destinos assistidos ainda hoje”.

Maria Arminda, que era aluna de Ciências Sociais da Faculdade na época, ressalta ainda a importância de lembrar deste momento histórico. “Quando a gente rememora, lembramos o projeto que estava imbuído ali na universidade e, ao mesmo tempo, estamos demonstrando os problemas derivados de situações como aquela”.

Para Kunsch, o nome da programação reverbera tais problemas: “Podem ser apontadas consequências que acabam de certa forma perdurando ou pelo menos influenciando até os dias de hoje, fato que inspira e justifica o termo ‘ecos’ no título do evento”.  

 

Programação do Evento
Coordenada pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária (PRCEU), a programação foi construída com a participação do TUSP, do Cinusp Paulo Emílio, do Coralusp e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), além do próprio CEUMA.

Quatro exposições trazem fotos e documentos históricos, e intervenções artísticas propõem reflexões e resgates através da arte. Dois livros editados na época da Batalha da Maria Antonia serão lançados em novas edições, acompanhados de mesas de debates com personalidades e pesquisadores como André Singer, Marilena Chauí, Maria Cecilia Loschiavo dos Santos e José Arthur Gianotti, entre outros.

A programação de filmes inclui cinco produções que retratam personagens e episódios reais que marcaram a sociedade brasileira da época. No teatro, três leituras cênicas também resgatam a história e propõem discussões.

Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. O CEUMA fica localizado na rua Maria Antonia, 294, de fácil acesso pelas estações Higienópolis e Santa Cecília do metrô. 

Ao longo do mês será publicada uma série especial de reportagens e depoimentos produzidos pelo Jornal da USP, no endereço: https://jornal.usp.br/

Confira a programação completa.

O Centro Universitário Maria Antonia da USP

Construído na década de 1930, o prédio do Centro Universitário Maria Antonia é um dos mais emblemáticos espaços da Universidade de São Paulo, tendo abrigado a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, onde estudaram e lecionaram figuras de destaque no cenário nacional como  Alfredo Bosi, Antonio Candido, Aziz Ab’Saber, Décio de Almeida Prado, Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes.

O episódio da Batalha da Maria Antonia acabou resultando na ocupação do local por forças policiais e a mudança definitiva da faculdade para o campus da Cidade Universitária, somente voltando a ser reaberto ao público como espaço cultural da USP em 1993. Hoje ligado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, o local sedia as mais variadas atividades como cursos, palestras, exposições e sessões de cinema.