UNIVERSO DA FICÇÃO CIENTÍFICA

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John milton
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Descrição

1. Línguas de partida: inglês, espanhol e vozes da minha cabeça

Resumo

Escrever, traduzir e editar dentro de um mesmo gênero pode ser muito sinérgico — quando, por exemplo, o contato constante com obras publicadas ou no prelo e a necessidade de analisar de forma minuciosa histórias tanto brasileiras quanto estrangeiras são fontes de inspiração para novas ideias e para a melhoria do ofício da escrita. No entanto, também há choques entre as funções, tanto em quesitos técnicos quanto práticos — cito alguns, como a facilidade de adquirir vícios de escrita e decalques de línguas estrangeiras e a fadiga promovida pela rotina focada no trabalho com o texto e diferentes idiomas. Este webinar tem como objetivo compartilhar minhas experiências de mais de dez anos atuando no mercado literário brasileiro e anglófono como autora, tradutora e editora de vários gêneros especulativos, entre eles a ficção científica.

JANA BIANCHI é escritora, tradutora de livros, quadrinhos, RPGs e jogos de tabuleiro, e passeadora de lobisomens. No Brasil, publicou a novela Lobo de Rua (2016, Dame Blanche) e contos em antologias e revistas como Aqui quem fala é da Terra (2018, Plutão Livros), Trasgo, Somnium e Dragão Brasil. No mercado anglófono de fantasia e ficção científica, já publicou ou tem contos no prelo em revistas como Uncanny, Clarkesworld, Fantasy and Science Fiction, Fireside e Strange Horizons, entre outras. Pode ser encontrada no site janabianchi.com.br e no Twitter e no Instagram como @janapbianchi.

2. Os processos de criação das ficções de H. G. Wells em audiolivro

Resumo

No mercado brasileiro, as mídias puramente sonoras, como os podcasts e os audiolivros têm encontrado uma fatia crescente de público uma vez que os meios digitais facilitam sua produção e reprodução. É objetivo deste webinar discutir o processo de criação dos audiolivros intitulados H. G. Wells: Ficções Clássicas (2021) e A Máquina do Tempo (2017), publicados pelo grupo Tradução, Processo de Criação e Mídias Sonoras (PRO.SOM): Estudos de Tradução Interlingual e Interartes em formato de peça radiofônica. O processo de criação desses audiolivros contou com múltiplas etapas, como a tradução interlingual do inglês para o português; a roteirização, que consiste de uma tradução intralingual, adequando a linguagem para o novo formato; e a gravação do roteiro, transformando-o em audiolivro em uma tradução intersemiótica, categorias tradutórias descritas por Jakobson (2007). Além disso, para recriar os elementos do sci-fi presentes nas obras de Wells foram consideradas as principais características do gênero radiofônico, como a capacidade de criar imagens através das palavras, do som e do ruído (SPERBER, 1980).

RICARDO OLIVEIRA é mestrando no PPGLITCULT/UFBA e membro do grupo Tradução, Processo de Criação e Mídias Sonoras (PRO.SOM): Estudos de Tradução Interlingual e Interartes, cujo trabalho está reunido em: http://intervozes.letras.ufba.br. Alguns dos livros de H. G. Wells publicados pelo PRO.SOM: H. G. Wells: Ficções Clássicas (https://repositorio.ufba.br/handle/ri/33229); A Lenda de Iping (https://repositorio.ufba.br/handle/ri/26555); A Máquina do Tempo (https://repositorio.ufba.br/handle/ri/25340).

3. O silenciamento da ficção cientifica italiana

Resumo

A ficção científica (FC) mais conhecida é sem dúvida a de língua inglesa, na qual alguns autores (Mary Shelley, H.G.Wells, entre outros) fixaram as bases para o futuro desenvolvimento do gênero, seus subgêneros e seus desdobramentos. De certa forma, esta primazia e o grande sucesso dos autores norte-americanos, que através das revistas popularizaram enormemente a FC, têm causado o silenciamento de autores em outros idiomas. Aqui eu gostaria de apresentar duas questões relativas à FC em língua italiana: as autoras das décadas de 40 a 60 do século XX e minha experiência na tradução do pioneiro Emilio Salgari. Salgari (1862-1911), mais conhecido por seus romances infanto-juvenis de aventura ambientados em épocas e/ou lugares exóticos, publicou em 1907 Le meraviglie del duemila, uma visão crua e distópica do nosso século atual, imaginado sem concessões românticas à ideia de um futuro maravilhoso e feliz. Já as numerosas autoras de FC italianas, das quais a mais conhecida é Roberta Rambelli (1928-1996), mas entre as quais podemos citar também (Maria de Barba, Bianca Nulli, Nora de Siebert, não só, em geral, escreviam sob pseudônimo masculino, mas também apresentavam seus textos como traduções do inglês, feitas por tradutores (homens) inventados. As “falsas traduções” evidenciam a supervalorização da cultura anglo-saxônica e a misoginia da FC italiana, com a consequente dificuldade, hoje só parcialmente sanada, de criar uma escola de autores e principalmente autoras de FC na Itália.

SILVIA LA REGINA é professora associada da UFSB e da UFBA, tradutora de e para o italiano (Guimaraes Rosa, Bernardo Carvalho, Rubem Fonseca, Gregório de Matos, Leonardo Sciascia, Luigi Settembrini, entre outros) e autora de romances infanto-juvenis.

Link para as publicações disponíveispara download:

https://archive.org/search?query=%22silvia+la+regina%22

Link para os romances infanto-juvenis:

https://grupoautentica.com.br/autor/silvia-la-regina/1316

https://www.berlendis.com/product.aspx?product=86&category=53