No dia 2 de outubro, às 17 horas, será realizado o ato “Em defesa da FFLCH: a universidade pública é do povo” no Vão do Prédio de Geografia e História. A diretoria, docentes, discentes, funcionárias/os e toda a comunidade acadêmica se unem em defesa da democracia e da universidade pública.
Desde maio, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP vem recebendo ataques de grupos da extrema direita em suas dependências físicas e contra seu corpo docente, discente e funcional. Neste sentido, o evento visa reafirmar o caráter público da Universidade, que se tornou cada vez mais inclusiva para os setores populares como espaço de produção de conhecimento e também de participação social, cultural e política.
O ato é fruto de uma comissão formada após a reunião aberta que determinou ações da Faculdade em resposta aos ataques recentes sofridos. A escolha por uma manifestação pacífica com o público, inclusive de outras unidades da USP e de outras universidades, partiu da diretoria e foi apoiada pela comunidade acadêmica.
O evento contará com a participação de diversos setores da sociedade, entre instituições científicas, representantes políticos, docentes, discentes e funcionários/as. Entre os nomes que já confirmaram presença no ato estão Soraya Smaili, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP; os diretores da EFLCH (Unifesp) e do IFCH (Unicamp); os deputados Sâmia Bonfim, Guilherme Cortez, Paula da Bancada Feminista, Juliana Cardoso, Luciene Cavalcante, Carlos Giannazi, Mônica Seixas; os vereadores Luana Alves, Amanda Paschoal, Celso Giannazi; Marcos Leitão de Almeida, da Associação Nacional de História; e os professores da FFLCH, Marilena Chaui, André Singer, Vladimir Safatle e Paulo Sérgio Pinheiro; entre outros.
O que aconteceu?
Desde maio, o Vão da Geografia e História tem sido o principal alvo de grupos ligados a parlamentares de extrema direita. Representantes dessas entidades rasgam cartazes, hostilizam e gravam vídeos de estudantes e funcionários, expondo os mesmos em redes sociais.
A primeira confusão aconteceu em 14 de maio, quando um ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal rasgou os cartazes no Vão e confrontou estudantes no local. Ele retornou quinze dias depois, repetindo a cena da primeira vez.
Entre os autores dos ataques estão influenciadores digitais conservadores, como um menor de idade, estagiário na Alesp, e o ex-vereador Fernando Holiday. Um dos casos ocorreu durante um final de semana de agosto e interrompeu a 1° Olimpíada de Xadrez da FFLCH, um evento organizado e financiado por estudantes, que ocorria no Vão. Em nota, o time de xadrez da FFLCH lamentou o ocorrido: “os impactos desses atos e do consequente sentimento de insegurança são severos”.
Lucas Pavanato, vereador pelo PL, também já veio mais de uma vez à FFLCH. Em 17 de agosto de 2023, o político foi motivo de confusão após provocar estudantes. Na ocasião, um agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) da capital, que estava de folga e acompanhava Pavanato, teve sua arma apreendida após sacá-la para os alunos. Em 2025, o vereador retornou à USP em duas oportunidades, e foi expulso por discentes após mais confusões.
A última vinda de provocadores ao Vão da FFLCH resultou em agressões físicas a um estudante e um professor egresso da Faculdade, no dia 5 de setembro. A partir deste fato, a diretoria intensificou as ações em defesa da FFLCH, apoiada pela Procuradoria Geral da USP, deputados, vereadores e membros da comunidade acadêmica.
Confira a linha do tempo dos ataques sofridos em 2025:

Na lista abaixo, estão as pessoas e instituições que manifestaram apoio à Faculdade e à defesa da democracia:
- Associação Nacional de História (ANPUH)
- Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciência Social (ANPOCS)
- Moção de repúdio à violência na FFLCH da FE-USP
- Moção de Repúdio da Escola de Comunicações e Artes (ECA)
- Moção de apoio Escola de Enfermagem (EEUSP) da USP
- Moção de repúdio e apoio do Departamento de Comunicações e Artes (CCA) da ECA-USP
- Moção de repúdio à violência do Instituto de Estudos Brasileiros
- Nota do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da USP
- Nota de apoio do deputado federal Orlando Silva (PCdoB/SP)
- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
- Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD)
- Associação dos Docentes da Universidade Federal do ABC
- Associação dos Geógrafos Brasileiros
- Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil (APRODAB)
- Nota de solidariedade da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
- Instituto Brasileiro de Advocacia Pública (IBAP)
- Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES)
- Ruben Zeeman (Diretor da Network of Concerned Historians)
- Brazilian Studies Association
- Organization of American Historians
Organizamos um formulário simples para quem deseja manifestar seu apoio à FFLCH, aberto a todas as pessoas, no link abaixo:
Registre aqui sua manifestação de apoio