As publicações do mês apresentam análise sobre o atual momento do Brasil, migração, ficção científca, ensino de alemão, literaturas de língua portuguesa para crianças e jovens; e semiótica e psicanálise
Neste mês de julho, o destaque nas publicações dos membros da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP são dois artigos, um livro e cinco revistas.
Os dois artigos são relacionados ao novo coronavírus (Covid-19), como o combate à pandemia está sendo feito e a crise existente no País.
A professora do Departamento de Ciência Política Lorena Guadalupe Barberia é uma das autoras do artigo intitulado Political and institutional perils of Brazil's COVID-19 crisis, publicado no The Lancet. No artigo, é lembrado que desde a eleição do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em 2018, ele mostrou um estilo de liderança autoritário e questionou o papel das instituições. Também é abordado a conjuntura atual em que o País tem um ministro-interino da Saúde, sem formação ou experiência na área, e as iniciativas que precisam ser feitas como a necessidade de realizar mais testes, rastreamento de contatos e isolamento social.
Lorena também é a coordenadora científica da Rede de Pesquisa Solidária – criada com o intuito de calibrar o foco e aperfeiçoar as políticas públicas do governo federal, dos governos estaduais e municipais para o enfrentamento da crise do novo coronavírus (Covid-19) e que desde o início de abril tem emitido boletins semanais sobre o assunto. Clique aqui para ler o artigo.
O segundo artigo é de autoria do professor do Departamento de Sociologia Ruy Braga, em conjunto com um docente da Universidade Federal de São Paulo, e tem o título Bolsonaro's Handling of COVID-19 Has Unleashed a Layered Crisis in Brazil, publicado no site indiano The Wire. Para tratar do assunto, é revisado o contexto no qual possibilitou a eleição do presidente do Brasil, desde os governo Lula, passando pelas jornadas de junho de 2013, por exemplo, até as iniciativas e atitudes do governo Bolsonaro que levaram à crise vivida em tempos de pandemia.
O texto é o quarto artigo de uma série de seis partes que analisa o desempenho da pandemia da Covid-19 nos países que compõem os BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A primeira parte foi uma introdução a segunda falou sobre a Rússia e a terceira sobre África do Sul. O artigo pode ser lido pelo link.
Livro
O professor do Departamento de Ciência Política Adrian Gurza Lavalle é um dos organizadores – junto com mais três docentes de outras instituições –, do livro Movimentos Sociais e Institucionalização: Políticas Sociais, Raça e Gênero no Brasil Pós-Transição, lançado pela editora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (EdUERJ), pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A obra condensa mais de uma década de reflexão e pesquisa coletiva, e propõe uma nova abordagem para estudar a relação entre atores sociais, movimentos sociais e Estado ou instituições políticas, já que as formas tradicionais de pensar não mostram a diversidade de relações entre atores sociais organizados e Estado. “Ou se observava o mundo de dentro dos movimentos sociais ou de dentro do Estado”, diz Lavalle.
Essas análises não mostram o processo de interpenetração entre atores sociais e as instituições políticas, conforme observaram os pesquisadores ao analisar diversos movimentos e sua relação com o Estado no período do pós-transição no Brasil, cujos marcos são o fim do período militar em 1985, a Constituição de 1988, a ascensão ao poder do PSDB e até a saída do PT com o impeachment em 2016.
“No período da pós-transição, diversas políticas públicas passaram a ser construídas em processos de interação entre Estado e atores sociais, como podemos observar em políticas públicas para meio ambiente, de combate ao HIV/aids, na constituição do Sistema Único de Saúde (SUS), na assistência social, na política voltada para a população negra, no financiamento da agricultura familiar”, exemplifica. “Essas políticas só são compreensíveis quando analisamos o processo intenso de interação entre atores sociais e Estado ao longo da produção da política”, pontua Lavalle. O livro pode ser adquirido pelo site da EdUERJ.
Revistas
A atual edição da Plural - Revista de Ciências Sociais contém o dossiê Ciências Sociais e questões migratórias na contemporaneidade, que é abordado em mais de 10 textos falando sobre imigrantes oriundos de diversos lugares, como Síria, Congo, China, Coréia do Sul. A revista também apresenta artigos, traduções e resenhas.
Lançada no primeiro semestre de 1994, é uma publicação acadêmica eletrônica semestral, coordenada e editada por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade. A revista busca proporcionar ao leitor a possibilidade de se defrontar com a diversidade de temas, propostas teóricas, metodologias de pesquisas e estilos do fazer intelectual, o que reflete, de um lado, o compromisso da revista com a pluralidade, e, de outro, o desejo de que o debate sociológico entre perspectivas seja incentivo para o avanço de nosso entendimento acerca do “social”. Clique aqui e confira o v. 27 n. 1.
A Khronos – Revista de História da Ciência traz um dossiê com trabalhos históricos sobre formas de relação entre ficção, ciência e técnica, mas também contém outras contribuições teóricas, em fluxo contínuo. O dossiê conta com nove textos que abordam as Narrativas do Caos nas Séries de TV, a comunicação científca em Encurtando Distâncias na Comunicação Científica: da República das Letras a Perdido em Marte, e reconta as ciências nos Estados Unidos do início do século 20 em Fato como ficção. Além disso, há quatro artigos, uma tradução e uma comunicações, que aborda os 15 anos da Paleontologia molecular.
A revista é uma publicação semestral do Centro Interunidades de História da Ciência (CHC) da USP – fundado em 1988, do qual a FFLCH também faz parte e abriga sua sede no andar térreo do prédio de História e Geografia –, voltada para a história e epistemologia das ciências naturais, ciências da vida, ciências humanas, técnicas e áreas correlatas. São publicados resultados de pesquisas originais relativas a temas desde a Antiguidade até o século 21, inclusive. Confira aqui a Revista Kronos n. 9.
A revista Pandaemonium Germanicum apresenta oito artigos, escritos em português, espanhol e alemão, como o Categorias pluricêntricas no ensino de Alemão como Língua Estrangeira: uma proposta de análise.
Publicada desde 1997 pela área de alemão do Departamento de Letras Modernas e pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Literatura Alemã da Faculdade, a revista propõe-se a ser um fórum de discussão acadêmica e ajudar a divulgar as pesquisas de brasileiros e de pessoas de outros países nos seguintes campos: literaturas de língua alemã, literatura comparada e estudos culturais ligados aos países de língua alemã, linguística alemã, linguística aplicada e contrastiva (português/alemão), ensino de alemão como língua estrangeira e estudos tradutológicos. Acesse o v. 23 n. 41 da revista pelo link.
A Revista Crioula traz um dossiê sobre Literaturas de língua portuguesa para crianças e jovens com mais de 20 textos, como Avós e netos: as representações da velhice na literatura infantil de língua portuguesa, Os desafios do livro digital interativo para crianças: Um olhar sobre a materialidade e a evanescência; e As africanidades na literatura infantil contemporânea. E ainda tem duas entrevistas e um diário acadêmico.
Semestral, a revista é uma publicação científica dos alunos de pós-graduação da Área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH. Suas finalidades são: enfocar as questões teóricas e críticas pertinentes à área citada, difundir a produção científica dos alunos e ex-alunos do programa da Faculdade, mas também de alunos de pós-graduação de universidades do Brasil e do exterior; propiciar o debate teórico e crítico sobre sua área de enfoque específico, a saber, o comparatismo envolvendo no mínimo uma literatura de língua portuguesa. O n. 25 da Crioula pode ser lido no link.
A Revista Estudos Semióticos apresenta um dossiê temático intitulado Semiótica e Psicanálise, com seis artigos e dois textos da Seção Varia. É uma publicação quadrimestral online do Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral da FFLCH, que veicula trabalhos da área de semiótica, bem como dos campos limítrofes, dirigidos à comunidade dos pesquisadores, como os signos, os textos, os discursos e as práticas sociais produtoras de sentido, desde que sejam inéditos e dialoguem com as teorias semióticas.
Os trabalhos podem ser publicados em português, francês, inglês, espanhol e italiano. A revista foi criada em 2005, sendo o primeiro periódico online a surgir nos cursos de Letras. O v. 16 n. 1 da Revista Estudos Críticos pode ser conferido pelo link.
