Comissão de Direitos Humanos da FFLCH e Projeto Corpas Trans na USP realizam parceria contra transfobia

Em 31 de março, Dia Internacional da Visibilidade Trans, será realizado o debate de conscientização "Juntes contra a transfobia" e o lançamento da campanha "Sou trans e faço parte do espaço universitário"

Por
Eliete Viana
Data de Publicação


*Matéria atualizada em 30/03/2022, às 14h
 

Cartaz debate Juntes contra a transfobia


Para celebrar o Dia Internacional da Visibilidade Trans, que é comemorado em 31 de março, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e o projeto de pesquisa e extensão universitária Corpas Trans e Travestis na Universidade de São Paulo (Corpas Trans na USP) formaram uma parceria para conscientização sobre a transfobia.

No dia 31 de março, das 18h às 19h30, será realizado o debate Juntes contra a transfobia, na sala 8, do prédio de Filosofia e Ciências Sociais, conhecido também como prédio do meio, que também terá transmissão ao vivo pelo canal da FFLCH no YouTube. 

O evento presencial terá a participação de Caio Jade, Morgan Caetano e Amara Moira - veja abaixo mais informações sobre eles. No dia, haverá o lançamento da campanha Sou trans e faço parte do espaço universitário, que terá vídeos explicativos sobre a transfobia.

De acordo com a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e docente do Departamento de Filosofia da Faculdade, Tessa Lacerda, a ideia de realizar uma parceria com o Corpas Trans na USP e uma campanha de conscientização surgiu porque a Comissão está atendendo casos graves de transfobia na Faculdade.

"A parceria entre a Corpas Trans USP e a CDDH da FFLCH será fundamental para começarmos a combater a transfobia no ambiente da nossa unidade, com atividades de formação e conscientização de docentes, discentes e servidories. Não podemos mais tolerar abusos, violências e discriminações contra pessoas trans na USP. Se somos uma universidade de excelência, temos que fazer jus a essa imagem construindo, de forma sólida, redes de apoio e acolhimento para pessoas trans e também para pessoas LGBQIA+.", declara Silvana Nascimento, uma das integrantes da Corpas Trans na USP e docente do Departamento de Antropologia da FFLCH. 

Ações de enfrentamento à transfobia na universidade

A parceria com a CDDH não é a primeira iniciativa do Corpas Trans na USP, que visa promover ações de enfrentamento à transfobia na universidade e outras formas de violência contra pessoas trans e travestis nos diferentes campi da universidade, e no seu entorno, construindo redes de apoio e acolhimento. E contribuindo assim para a construção de estratégias de permanência, sobrevivência e resistência de estudantes, docentes e servidores trans e travestis em distintos espaços acadêmicos.

Em 29 de janeiro deste ano, Dia Nacional da Visibilidade Trans, o projeto Corpas Trans na USP lançou uma pesquisa quantitativa para realizar um mapeamento e conhecer as pessoas trans e travestis de todos os campi da USP, seus anseios e as dificuldades enfrentadas. 

Toda a equipe do projeto – formada por docentes, estudantes de graduação e pós-graduação – é composta somente por pessoas trans. Dos nove integrantes, sete são vinculados à FFLCH: cinco estudantes de graduação, uma mestranda e a docente do Departamento de Antropologia Silvana Nascimento. 

Saiba mais sobre o projeto e a pesquisa na matéria Projeto Corpas trans na USP lança pesquisa para conhecer as trans e travestis da universidade.

O debate presencial Juntes contra a transfobia será realizado no dia 31 de março, das 18h às 19h30, na sala 102, do prédio de Filosofia e Ciências Sociais, que está localizado na Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária, São Paulo. O evento também terá transmissão ao vivo pelo canal da FFLCH no YouTube.

Mais informações pelos e-mails: cddhfflch@usp.br e corpastrans@usp.br
 

Participantes do debate Juntes contra a transfobia

Caio Jade é mestrando do Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da FFLCH e é graduado em Filosofia também pela Faculdade. Ele é pesquisador de autobiografias trans e filosofias decoloniais. Ministra minicursos sobre autobiografias trans e é professor de Filosofia no cursinho comunitário Cora Coralina. Também atuou como artista visual na área da performance e produziu fanzines, vídeos e poesia.
Morgan Caetano é mestrande do Programa em Antropologia Social e graduade em Ciências Sociais pela FFLCH. Atualmente, pesquisa sobre negatividade queer e pornoterrorismo e pesquisou também performances em raves. Integra um grupo de estudos multidisciplinar informal sobre gênero e sexualidade e escreve sobre estes temas para o coletivo Levanta, Militante! É também militante antiespecista e trabalha como tatuadore.
Amara Moira é travesti, feminista, doutora em Teoria e Crítica Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autora dos livros E se eu fosse puta (hoo editora, 2016) e Neca + 20 Poemetos Travessos (O Sexo da Palavra, 2021). Além disso, ela é colunista da BuzzFeed e professora de Literatura no cursinho pré-vestibular Descomplica.

*Foi respeitado e mantido o gênero que as pessoas se descreveram